Nos últimos nove meses, a receita líquida da companhia cresceu 94% ante mesmo período de 2020, chegando a R$ 283 milhões
Por Raquel Brandão
O varejo de moda vive um onda de aquisições. Quem tem dinheiro em caixa vê chances de crescer com a compra de empresas. É o caso de Arezzo &Co, Grupo Soma e Renner, por exemplo, que fizeram aquisições neste ano. Especializada em moda esportiva, a Track & Field, porém, acredita no crescimento orgânico.
“Vemos uma possibilidade muito grande de crescer com a nossa própria marca. Não temos, no médio prazo, a intenção de fazer um guarda-chuva de marcas”, disse o presidente executivo do grupo, Fred Wagner, em evento para investidores.
Nos últimos nove meses, a receita líquida da companhia cresceu 94% ante mesmo período de 2020, chegando a R$ 283 milhões, valor também 52% superior ao de 2019. Mas muitos dos eventos promovidos pela rede, que também são fonte de receita, não acontecem desde 2020, devido à pandemia. Um exemplo é a série de corridas de rua Track & Field Run, feita em parceria com o Santander e que voltará a acontecer em 2022.
Um fator a favor da Track & Field é o aumento da demanda de artigos de moda esportiva e com apelo de conforto, tendência bastante observada desde o início da pandemia e que o mercado acredita que ira se manter.
“As roupas confortáveis aumentaram no percentual do guarda-roupa das pessoas, mas também olhamos como atuamos em novas modalidades esportivas e novos momentos do consumidor, qualquer coisa que conecte o consumidor ao modo de vida saudável”, afirmou.
Segundo ele, conforme o grupo vai avançando nisso, surgem novas oportunidades de produtos e serviços, que aumentam a “participação da divisão da carteira do consumidor”.
Pensando nisso, a varejista está ampliando a aposta em seu aplicativo TFSports como forma de conversão e fidelização de clientes. Na plataforma, 800 treinadores e preparadores físicos disponibilizam aulas gratuitas e pagas. Com o conteúdo, a estratégia é fortalecer as vendas dos produtos da marca. A venda direta de produtos pela plataforma começou a ser testada em dois Estados do Nordeste e o objetivo é expandir para mais locais em 2022.
A produção de conteúdo é importante dentro da estratégia da empresa. “A venda influenciada (social selling) é crescente”, argumenta o diretor de marketing e varejo Cristiano Poloniato. Hoje, esse formato de venda já representa 38% das vendas ao consumidor final. “O cliente influenciado digitalmente tem um tíquete médio de 15% a 20% acima da rede como um todo.”
Outro ponto estratégico é a expansão física. “Acreditamos que tem ainda muito espaço”, afirmou o diretor financeiro, Fernando Tracanella, destacando os modelos de rua e o aumento das franquias. Neste ano, a companhia inaugurou 36 lojas, chegando a 295 unidades.
Em setembro, a companhia inaugurou no Shopping Iguatemi, em São Paulo, sua primeira loja-conceito, cujo modelo deve ser replicado em mais endereços a partir de 2022.
Fonte: Valor Econômico