Retomar a cadeia de produção e abastecimento e revisitar conceito de loja e de produtos estão entre as prioridades
Por Daniela Braun
Ajustar o fluxo de produção, política comercial, vendas on-line e estoques antigos de franquias da Cia Hering estão na lista de pendências do Grupo Soma, que anunciou a aquisição da empresa catarinense em abril por R$ 5,1 bilhões.
Retomar a cadeia de produção e abastecimento da Hering, que entrou em crise com o fechamento de fábricas, concentradas em Goiás, e de lojas na pandemia, é uma das prioridades da lista. Atualmente, o grupo busca fornecedores terceirizados para elevar o ritmo de produção, fora de Goiás.
“Com toda a problemática na cadeia de abastecimento, a marca Hering é resiliente”, disse Roberto Jatahy, presidente do Grupo Soma, em teleconferência nesta sexta-feira.
A aquisição demandará R$ 100 milhões em custos, nos próximos meses, segundo a empresa. “Vamos desenhar uma nova Hering, revisitar o conceito de loja, de cartelas de cor e pontos de contato com o cliente”, disse o executivo.
Com a Cia Hering, a base de clientes ativos do Grupo Soma, aumenta de 1,3 milhão para 4,7 milhões.
O presidente do grupo informou que a empresa trabalha em uma nova política comercial para ajudar as franquias a escoarem coleções antigas. Outro trabalho do grupo será ajustar coleções de moda feminina e infantil.
O alto índice de carrinhos virtuais abandonados no e-commerce da Hering, por inconsistência com os estoques, é outro problema ser resolvido. Uma das medidas do Grupo Soma é a adoção da plataforma de e-commerce da brasileira Vtex.
Em um dos seus últimos resultados antes da incorporação, a Cia Hering registrou prejuízo atribuído aos controladores de R$ 22,6 milhões no terceiro trimestre, revertendo lucro de R$ 155,5 milhões obtido no mesmo período do ano passado.
Com o novo desenho, segundo Jatahy, “há grande oportunidade na recomendação de compra das franquias Hering”.
Fonte: Valor Investe