Levantamento acende sinal de alerta, porque falta de investimentos impacta diretamente a competitividade das empresas
Por Redação
Pesquisa exclusiva de SA Varejo mostra que, embora 66% dos varejistas regionais tenham investido em algum tipo de tecnologia entre o início da pandemia e abril deste ano, pouco mais de 1/3 não adquiriu nenhum tipo de solução no período.
O levantamento contou com a participação de 100 varejistas e acende um sinal de alerta. Isso preocupa porque impacta diretamente a competitividade das empresas. Sem tecnologia, os processos continuam nas mãos de pessoas, que deveriam estar sendo preparadas para analisar dados e ajudar a empresa a tomar decisões em vez de agirem apenas com base na intuição.
“Eu costumo dizer que a única certeza é que o varejo vai se transformar e precisará de investimentos em tecnologia. Como o processo de transformação é dolorido, a decisão dos empresários é entre sentir dor para se transformar e sentir dor por não se transformar. A dor virá de qualquer forma e cabe ao empresário decidir qual ele quer ter”
Paulo Ferezin, sócio líder do segmento de varejo da consultoria KPMG
Um dos motivos que costumam inibir investimentos em tecnologia é a preservação do caixa. “Isso é normal, quando não se sabe o real impacto e quanto tempo a pandemia vai durar. É sempre preocupante, principalmente quando vemos o varejo cada vez mais dependente da tecnologia x sustentabilidade dos negócios”, diz Ferezin. “Mas sempre é possível recuperar o tempo perdido e investir”, completa.
Rafael Siqueira, sócio consultor da McKinsey, lembra que o varejo opera com margens baixas. “Por mais que as vendas tenham crescido, 2020 foi um ano difícil para todos. Mas é preciso ter em mente que a experiência de loja mudou e que o hábito do consumidor é outro. Por isso, é preciso definir a jornada de investimentos a partir de agora”, ressalta. Além disso, outros aspectos acabam pesando, como a falta de mão de obra especializada para analisar dados e obter insights. Soma-se isso o fato de que algumas redes já tinham adquirido soluções anteriormente à crise da Covid-19, cuja implementação, até então sem data definida, foi acelerada com a pandemia.
Inovação e satisfação do cliente: ganhos ao investir em soluções
Confira exemplos do que foi adotado com sucesso por algumas redes regionais
GRUPO NOVA ERA
Dono das marcas Superatacado NovaEra e Pátio Gourmet, a companhia, que atua no Norte do País, adotou ferramentas tecnológicas de e-commerce e games para treinamento dos funcionários e lançou a primeira loja autônoma de Manaus (AM).
DALBEN SUPERMERCADOS
Entre as inúmeras inovações da loja conceito, localizada em Valinhos (SP), estão tecnologias que buscam integrar o físico ao digital (phygital). Um exemplo são sinalizações feitas por meio de totens e telas digitais signage. Ao todo são 60 desses equipamentos espalhados pela unidade. Na fachada, foi instalado um Megapainel de LED. Com 950 polegadas, permite ajuste automático de brilho para o dia e a noite.
MAKRO
Com unidades espalhadas por todo o País, a atacadista adotou solução da Symphony que permite analisar dados e segmentar os consumidores a partir de critérios, como preferência de compra, nível de lealdade aos produtos e de transferência de preferência para outros itens. O algoritmo sugere as melhores combinações de produtos e formas de exposição para melhorar a experiência do cliente.
Fonte: S.A. Varejo