O varejo on-line cresce longe dos olhos do público. Desde que começou a pandemia, as vendas pela internet tiveram um forte aumento e esta é uma tendência que veio para ficar. O ‘boom’ digital criou uma série de novos marketplaces, que podem ser chamados de shopping centers virtuais, pois agregam muitas lojas debaixo da proteção de uma grande marca. MAIS DE R$ 51 BILHÕES O relatório elaborado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), mostra que, somadas, as cinco maiores varejistas on-line do país alcançaram R$ 51,8 bilhões em vendas de produtos do próprio estoque em 2020, alta de 85% sobre o ano anterior. Nesse grupo das cinco líderes, nesta ordem, estão Magazine Luiza, Via Varejo, Lojas Americanas, Global Fashion Group (dono da Dafiti) e Amazon – esta com a venda estimada pelas consultorias. ADESÃO A pesquisa da SBVC aponta que pela primeira vez, mais de 50% das supermercadistas têm operação on-line (eram menos de 30% em 2019). São 76 empresas, quase o dobro da edição anterior. Entre as varejistas de não alimentos (eletrônicos, farmácias, moda, entre outros), o índice passou de 77% para 88%. LEILÃO DO 5G Nesta quarta-feira, o Tribunal de Contas de União (TCU) deve encerrar a análise do edital do leilão da tecnologia 5G. Uma cláusula do TCU impediu que o processo se arrastasse por dois meses, após o pedido de vistas do ministro Aroldo Cedraz. Assim, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) pode publicar o edital. Pelo que foi aprovado, o preço mínimo dos lotes somados será de R$ 8,6 bilhões, que somados aos investimentos de R$ 37 bilhões previstos totalizam R$ 45,6 bilhões. O governo, por sua vez, afirma que o leilão do 5G não tem caráter arrecadatório, mas, sim, de atração de investimentos. AZUL E LATAM Já faz algum tempo que o mercado observa o interesse da companhia aérea Azul na compra da Latam. Os controladores da aérea chilena dizem que a Latam não está à venda. Mas agora quem divulgou a notícia foi o respeitado jornal americano de economia e negócios “The Wall Street Journal”. Segundo a publicação, a Azul compraria a totalidade das ações da Latam e venderia a operação internacional. A Latam deve apresentar seu plano de recuperação judicial até o dia 15 de setembro para aprovação ou não dos credores. A Azul acompanha toda a movimentação para fazer sua proposta. CARNE DE PATO O Brasil lançou a marca Brazilian Duck para vender carne de pato no comércio exterior. A marca é responsabilidade da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), com participação da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). CRESCIMENTO DA EXPORTAÇÃO De acordo com a entidade, o Brasil exportou 4 mil toneladas de carne de pato em 2020, volume 26,55% maior que o do ano anterior. Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Peru, Catar, Kuwait, Japão e Hong Kong são os maiores compradores. Os embarques geraram receita de US$ 10,5 milhões no ano passado. MILHO PARANAENSE A produção de proteínas animais na região Sul do Brasil tem no Paraná um pilar estruturante no abastecimento de milho. O cereal produzido em território paranaense, principalmente na segunda safra, é crucial para a alimentação animal (especialmente de suínos e aves) em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. O que ninguém contava é que a seca e a geada seriam implacáveis na temporada 2020/21. Em vez das 14,6 milhões de toneladas de milho previstas inicialmente, as lavouras estaduais devem gerar em torno de 6 milhões de toneladas – a menor colheita da última década. DISPUTA PELA IMPORTAÇÃO A principal consequência dessas perdas é que, em vez de vender o cereal excedente para catarinenses e gaúchos ou mesmo para a exportação, o Paraná vai ter que disputar com seus vizinhos espaço na corrida pela compra de milho da Argentina, Paraguai e de outros Estados (Mato Grosso e Goiás, principalmente). A boa notícia é que não vai faltar milho para as cadeias de proteínas animais. Em compensação, o grão que já está caro (saca perto dos R$ 100) vai ficar ainda mais.