Presidente da empresa fala sobre a vida pós-IPO, plano de expansão e inauguração da 600ª unidade, localizada em Heliópolis, São Paulo
Por Marinna Filippe
Após a abertura de capital, em 1 de fevereiro, a empresa de depilação Espaçolaser comemora nesta terça-feira, 27, a abertura da 600ª loja, localizada em Heliópolis, São Paulo. “Essa unidade tem uma razão histórica não só por ser a 600ª unidade, mas porque confirma a nossa tese de que é possível democratizar o tratamento da depilação a laser”, diz Paulo Morais, presidente da Espaçolaser.
A companhia, que tem 88% dos clientes nas classes B e C, investe para atender também a classe D quando investe no lançamento de um cartão de crédito da marca, além do uso de tecnologia para todos os tipos de pele. Um exemplo disto é o lançamento do laser ND YAG, um método de depilação para peles negras. Antes de setembro de 2020, a empresa não conseguia atender plenamente as pessoas com de pele 5 e 6 (sendo na escala 1 branca e 6 preta) porque a tecnologia não permitia a retirada do pelo por completo, o que chegou a ocasionar reclamações de clientes.
“Temos oito lojas com essa tecnologia e uma delas é a recém-inaugurada em Heliópolis. É importante destacar que, apesar do uso desta tecnologia ser mais caro, o preço do serviço na Espaçolaser é o mesmo para, mais uma vez, democratizar”, diz Morais.
Segundo o executivo, a loja já inaugura com clientes agendados. Isto é possível por conta do trabalho das vendedoras que continuaram entrando em contato com clientes em potencial via WhatsApp para oferecer serviços futuros enquanto as lojas — a depender da localidade — não puderam abrir.
Neste ano, a empresa também utiliza o aplicativo Todoo, visando automatizar e simplificar as rotinas, ao atrelar tarefas diárias para cada funcionários, usando gamificação e prêmios para motivar os times. O Todoo, dentre outras funcionalidades, permite também ofertas personalizadas por meio de dados da base de clientes, e deve contribuir com o aumento de vendas da rede.
Expansão
A Espaçolaser trabalha com um ambicioso plano de expansão. No quarto trimestre de 2020 foram 18 novas lojas e outras 29 unidades em 2021, sendo quatro franquias. O processo passa também pela aquisição de franqueados, como é o caso na Bahia, onde um antigo franqueado tinha direito de exclusividade naquela região e, agora, é mais interessante para a Espaçolaser adquirir as 13 unidades do empreendedor e explorar mais o local.
No fim de 2020, a Espaçolaser tinha 572 lojas, presente em todos os Estados do país e no Distrito Federal, além de 1 na Colômbia e 6 na Argentina. Desse total, 195 unidades eram de franquia. O total atualizado do primeiro trimestre deste ano será divulgado junto com os resultados no dia 11 de maio.
“Retomamos em agosto o processo de expansão e hoje percebo que nunca deveríamos ter parado, mas no início da pandemia era difícil saber o que estava por vir. Hoje sabemos que o público da Faria Lima a Heliópolis pode e quer acessar o nosso serviço e que, mesmo com o distanciamento social, as pessoas estão preocupadas com o autocuidado”, afirma Morais. Por conta disso, foi possível, inaugurar lojas digitalmente, com eventos simbólicos.
A pandemia, inclusive, não foi suficiente para uma queda brusca no faturamento. Em 2020, a Espaçolaser registrou receita de 990 milhões de reais, contra 1 bilhão de reais no ano anterior.
IPO
Os papéis fecharam na véspera a 17,88 reais, de 17,90 reais no IPO e de 23,2% em relação à máxima intradia de 23,28 reais batida um dia após a estreia em fevereiro. No IPO, a companhia captou mais de 1 bilhão de reais em recursos líquidos, que serão usados também na compra da fatia restante em controladas da empresa e de 10 franqueadas.
Os executivos reforçaram que a gestão não será alterada, buscando acalmar investidores após o IPO diluir a participação dos responsáveis pelo forte crescimento do grupo, com táticas como parcelamento do custo do procedimento, tornando-o competitivo frente a outros métodos depilatórios.
Dentro de casa houve um trabalho de explicar, remotamente, para os cinco mil funcionários o que significava a novidade e como seria a vida a partir de então. “Desde quando decidimos abrir o IPO, no semestre passado, passamos por uma jornada intensa de organização, de explicação para os investidores sobre como funciona o nosso negócio, e de acalmar os ânimos de quem está aqui dentro. Hoje as pessoas entendem as vantagens de ter um CNPJ unificado e mais força para continuar os planos”, afirma Morais.
Fonte: Exame