03/12/2014 às 05h00
Por Chiara Quintão | De São Paulo
A Rodobens Negócios Imobiliários estima lançar, em 2015, Valor Geral de Vendas (VGV) em linha com o deste ano, e já se prepara para a possibilidade de melhora do mercado a partir de 2016, segundo o presidente da companhia, Marcelo Borges. “Vamos operar abaixo da nossa capacidade no próximo ano”, afirma o executivo.
Na avaliação do presidente da Rodobens, com os esperados ajustes na economia e os estoques elevados de imóveis, o mercado estará mais seletivo no próximo ano e, em conjunto, o setor lançará volume menor.
“Há excesso de oferta agora. É natural que as pessoas sejam mais seletivas”, diz Borges.
Para disputar clientes nesse cenário, a Rodobens está mais rigorosa na preparação e aprovação de projetos e na definição de quais empreendimentos serão apresentados ao mercado em 2015 e quais ficarão para 2016.
Sem expectativa de que os preços dos imóveis acompanhem a inflação, a companhia tem buscado reduzir custos para manter margens no próximo ano.
Com a desaceleração do mercado, a pressão de custos de insumos e mão de obra diminuiu, de acordo com Borges. De setembro a novembro, a companhia cortou quase 40% de seu quadro de pessoal e reduziu o escritório de São José do Rio Preto (SP). A maior parte dos impactos das demissões ocorrerá no balanço do quarto trimestre.
No terceiro trimestre, aproveitando oportunidades pontuais, a companhia acelerou a aquisição de áreas. Compras de terrenos de agora em diante serão pontuais, mas voltadas para os lançamentos de 2016. “Os estoques do mercado tendem a se reduzir em 2015”, diz. A percepção que a confiança do consumidor pode voltar a crescer no segundo semestre do ano que vem também leva a Rodobens a reforçar, no momento, parceria com fornecedores, para se preparar para um novo momento de expansão do mercado, ainda que não se espere a retomada da euforia.
Até setembro, a Rodobens lançou R$ 270,79 milhões, ou seja 49% a menos do que nos nove meses equivalentes do ano passado, mas a incorporadora avalia que ainda será possível alcançar o patamar de 2013. A companhia tem conseguido obter algumas licenças que faltavam de projetos, e o ritmo de lançamentos está mais acelerado.
O executivo conta que a Rodobens vai gerar caixa no acumulado de 2014 e que a situação tende a se repetir no próximo ano. Os recursos da geração de caixa são direcionados para aquisição de terrenos e recompra de ações. Segundo Borges, a companhia não tem preocupação com vencimentos de dívidas em 2015. Recentemente, a Rodobens captou R$ 70 milhões. Parte dos recursos permite alongar o que vence no primeiro semestre.
Valor Econômico – SP