CEO e CFO da rede farmacêutica, braço de varejo da Profarma, participaram de live do InfoMoney e falaram sobre estratégia com recursos do IPO e abertura de lojas
Por Anderson Figo
Mesmo com cerca de 18% de suas 200 lojas em shoppings, que ficaram alguns meses fechados por causa da pandemia, a d1000 (DMVF3), rede de varejo farmacêutico braço da Profarma que fez IPO no ano passado na B3, conseguiu encerrar 2020 com lucro líquido de R$ 120 mil, ante prejuízo de R$ 7,5 milhões em 2019.
O bom desempenho do indicador no ano foi puxado pela retomada no quarto trimestre, quando a d1000 viu seu lucro líquido crescer 80% sobre o mesmo período de 2019, para R$ 18 milhões. Por outro lado, a receita bruta no trimestre teve redução de 7,6%, para R$ 278,5 milhões. No acumulado do ano, o indicador caiu 10,8%, dos quais R$ 89,7 milhões vieram de lojas de shopping.
“O que a gente fez foi focar nossa expansão em lojas mais próximas aos bairros, diminuindo a exposição às lojas em shoppings”, disse Sammy Birmarcker, CEO da rede. “A gente acredita que essa estratégia vai ajudar a gente a mitigar essa travessia talvez de um momento mais duro em abril e maio em relação à pandemia”, completou.
Segundo Birmarcker, a projeção é de crescimento de 9% do setor neste ano, apesar da crise, segundo estimativa da IQVA. “Esse número está até sob revisão agora por conta da expectativa de aumento de preços que vamos ter agora no dia 31 de março. Isso pode trazer o número um pouquinho para cima. Agora, cabe a gente, dentro da nossa estratégia de expansão, garantir que a gente esteja posicionado onde você tem hoje uma concentração maior de consumo, que é nos bairros, um pouco fora dos grandes centros comerciais”, afirmou o CEO.
A d1000 tem guidance de abertura de 30 lojas em 2021, terminando o ano com 230 unidades. “Dessas 30 novas lojas, se tiver uma em shopping vai ser muito”, enfatizou Birmarcker. Ele comentou ainda que cerca de 15 unidades não têm apresentado o retorno esperado pela rede e que, portanto, vão buscar um ponto mais estratégico para serem transferidas. “Mas não prevemos fechamento de lojas, apenas alteração do ponto dessas unidades”, disse.
Marcus Santos, CFO da d1000, descartou a possibilidade de a empresa ter que fazer uma nova emissão neste ano. “Temos caixa suficiente para irmos matando as dívidas e seguir com o nosso plano de abertura de lojas. Não tem nenhuma necessidade de ir ao mercado, seja pelo emissão de título ou buscando qualquer outro tipo de dívida”, afirmou.
Os executivos comentaram ainda sobre a tendência de as farmácias cada vez oferecerem mais tipos de serviços, como as que já possuem clínicas para aplicação de determinadas vacinas, além da maior participaram das vendas online sobre as receitas: “temos falado com vários parceiros, não só com o Mercado Livre, e uma vez autorizado, podemos ter novidades sobre isso”, disse o CEO.
Quanto aos novos pontos de venda previstos para 2021, Birmarcker afirmou que a pandemia criou uma “oportunidade para [a d1000] entrar em lugares onde os alugueis eram muito caros e hoje não estão”.
Fonte: Infomoney