30/11/2014 – 01h30 | CAROLINE PELLEGRINO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em um trajeto de 18 km é possível percorrer, de carro, os cinco endereços com o metro quadrado mais caro entre os lançamentos dos dois úlitmos anos em São Paulo. Segundo pesquisa da empresa de monitoramento Geoimovel, a maioria deles fica na zona oeste, com preço de R$ 26 mil no topo do ranking.
R. GENERAL MENA BARRETO
Fica no refinado bairro Jardim Paulistano, na zona oeste, a rua com os lançamentos mais caros de São Paulo.
Segundo a empresa de monitoramento imobiliário Geoimovel, o valor médio do metro quadrado na rua General Mena Barreto é de R$ 26 mil. Estritamente residencial, a via tem um ar quase bucólico arborizada e com calçadas largas e gramadas.
Embora as casas predominem, é possível encontrar sobrados geminados e prédios com média de dez andares.
A rua fica entre a avenida São Gabriel e a rua Marechal Bitencourt. Na extremidade, há restaurantes, supermercados. O parque Ibirapuera fica a dois quarteirões.
Foi essa a região, quando ainda era um pântano, que a empresa de urbanização Companhia City escolheu para fazer melhorias. Ali, imprimiu um conceito até então inédito na América do Sul, o de cidade-jardim, em 1913.
R. DR. MÁRIO FERRAZ
Também na zona oeste, na região do Itaim Bibi, encontra-se a rua com o segundo metro quadrado mais caro entre os lançamentos. Na rua Doutor Mário Ferraz, o custo médio do metro quadrado é de R$ 23,3 mil.
A 400 metros do Parque Municipal Mário Pimenta Camargo, a via compreende lojas, bancos, restaurantes, casas e prédios residenciais.
“Muitos prédios têm vista para o Jockey Clube de São Paulo. Boas escolas e a proximidade de menos de um quilômetro do Esporte Clube Pinheiros contam a favor”, diz Fernando Sita, da imobiliária Coelho da Fonseca.
Para diferenciar o local do bairro Itaim Paulista, no extremo leste de SP, os moradores passaram a se referir à área como os “terrenos do Bibi”, apelido dado ao general José Vieira Couto de Magalhães dono dos terrenos.
RUA DO LIVRAMENTO
Apartamentos de alto padrão, proximidade a parques e acesso rápido a outras zonas da cidade e estradas ajudam a elevar o preço do metro quadrado na rua do Livramento, na zona sul.
A rua da Vila Mariana tem metro quadrado médio dos lançamentos de R$ 22,2 mil mesmo valor da vizinha rua Curitiba.
“Há comércio e serviços locais, de fácil acesso a pé [padarias, metrô, academias, restaurantes, hospitais, etc]. O comando do Exército, instalado na área, também nos garante relativa segurança”, avalia o morador José Armando Guarita, na bairro há 35 anos.
Por outro lado, segundo o morador, há desafios a serem encarados. “O trânsito necessita de melhor adequação, pintura de faixas de pedestre, melhoria na iluminação e faróis sincronizados”, conclui.
R. FREDERIC CHOPIN
Na zona oeste, a estreita rua Frederic Chopin, no Jardim Paulistano, reúne edifícios espaçosos e tem importantes vias nas redondezas, como a avenida Cidade Jardim e a Marginal Pinheiros.
Também faz vizinhança com a avenida Brigadeiro Faria Lima, um dos centros financeiros e comerciais mais relevantes da cidade. A proximidade com o bairro de Pinheiros coloca à disposição dos moradores opções de lazer que vão de teatro a escola de samba, a Pérola Negra.
Segundo moradores, no entanto, há trechos problemáticos na região, sobretudo em relação ao trânsito diário, por conta da movimentação de quem trabalha na Faria Lima, e à movimentação dos bares da região de Pinheiros. A situação se agrava nos fins de semana. A instalação de câmeras tem sido uma estratégia para auxiliar na segurança.
RUA DAS FIANDEIRAS
A rua das Fiandeiras, na Vila Olímpia (zona oeste), abriga o empreendimento com o metro quadrado mais caro da capital.
Lançado em setembro, o Cyrela by Pininfarina, tem unidades de cerca de 50 m², vendidas a R$ 1,3 milhão. A entrega do condomínio que tem desenho do escritório italiano que se consagrou com os modelos Ferrari.
Segundo Fernando Sita, a proximidade com os shopping centers JK e Vila Olímpia, o parque do Povo, aeroporto de Congonhas e as marginais são atrativos da região.
Morador do bairro há 47 anos, Eduardo Fidel Collado diz que a Vila Olímpia sempre foi um “bairro de passagem, com vantagens e problemas”.
“Aqui existe fartura: lojas, transporte, supermercados, hospitais, escolas. Mas também há congestionamentos, poluição sonora e do ar, e um custo de vida exorbitante”.
Folha de S. Paulo – SP