O Banco BTG Pactual divulgou uma nova edição do Índice Zara, que compara os preços das roupas comercializadas pela rede varejista em diferentes partes do mundo. Ao comparar uma cesta de 12 produtos em 50 países, o banco de investimento concluiu que o país é o 7º mais caro. Só fica atrás da África do Sul, Rússia, Índia, Turquia, Tailândia e Vietnã.
Além disso, ao levar em conta a paridade do poder de compra (PPP na sigla em inglês), os preços praticados por aqui foram 132% mais caros do que nos EUA em 2020.
Os analistas Luiz Guanais e Gabriel Savi reiteraram que o real foi a moeda que mais perdeu valor em relação ao dólar em 2020, se comparado a outras 50 nações. Desde que o índice foi iniciado, em janeiro de 2020, a moeda depreciou 24% devido à “turbulência resultante da covid-19 e da aversão ao risco global”.
“Poucos setores foram mais afetados pela covid-19 do que o varejo. Redes de grandes marcas, como J Crew, Brooks Brothers e Lord & Taylor, entraram com pedido de falência. Na era do trabalho em casa, as pessoas ainda compram coisas — computadores e equipamentos para home office — mas as roupas simplesmente não são mais as prioridades”, afirmaram Guanais e Savi.
Segundo os analistas, a consultoria McKinsey avalia que os lucros da indústria da moda global caíram 93% em 2020.
Os especialistas lembraram ainda, que embora a mudança digital seja um legado que permanecerá após o fim da pandemia, a tendência é que os compradores mais jovens cobrem ações mais sustentáveis das marcas.
“O caminho para a recuperação envolverá cada vez mais esforços coletivos por critérios ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês). Isso terá implicações importantes para a alocação de capital em ESG por players de vestuário e calçados em todo o mundo (uma das indústrias de maior impacto ambiental), e no Brasil as empresas não estão imunes.”
Fonte: Valor Econômico