“Será que uma data, um momento, é capaz de mudar a história? Jawaharlal Nehru, que foi primeiro-ministro da Índia, chamava esses momentos de um “encontro com o destino”. Esta frase foi citada no livro “O fim do poder”. O livro aborda este mundo multifacetado, polarizado, em uma época caracterizada pela abundância e grande mobilidade, o que exige uma nova mentalidade.
Levando em conta a frase do primeiro-ministro da Índia, 2020 foi o ano de encontro com o destino, de encarar nossa vulnerabilidade, ansiedade, medos. E, mesmo diante de acontecimentos não lineares, imprevisíveis e nos sentindo inseguros, tivemos que acelerar, dar um “salto de fé”. Tivemos, obrigatoriamente, que colocar o ser humano no centro (família, equipe, cliente, comunidade…) e usar a tecnologia não por modismo, mas por sobrevivência), ter clareza que a tecnologia é fundamental. Mas é crucial estamos cientes de que ela é um meio para proporcionarmos segurança em termos de saúde física e mental, acesso, agilidade, conveniência e precisão. Olhando o copo meio cheio, 2020 foi um ano riquíssimo de experiências únicas, aceleradas e com a quebra de inúmeros paradigmas e também de revisão de crenças estabelecidas..
Tempos difíceis nos fortalecem. A realidade nos forçou a arriscar, chacoalhando nossos modelos mentais que estavam “estacionados” numa zona de conforto, que agora foi ampliada. Repensar e se reinventar deram o tom do ano. Sem opção, tivemos que praticar a máxima das startups: erramos e aprendemos rapidamente e corrigimos mais rápido ainda.
O ano de 2020 nos mostrou diferentes faces da vida e dos seres humanos, nossa vulnerabilidade, mas também a nossa força. Finalizamos o ano de 2020, cansados – alguns mais esgotados que outros, mas com maior ou menor intensidade renovados. Aprendemos sobre a importância da alteridade, da visão sistêmica, da relevância da diversidade de ideias, do pensamento crítico, o desafio de abraçarmos a incerteza e tomarmos decisões, de como a colaboração interna e externa podem fazer a diferença. Juntos somos mais fortes. Para muitos foi um ano de reinvenção e renascimento. Mas fica aqui mais uma célebre frase, agora de Albert Einstein: “A vida é como andar de bicicleta. Para manter o equilíbrio, você deve continuar se movendo”
Tivemos em 2020 uma prova inquestionável de que o poder mudou de mãos e está com o cliente, que tem inúmeras possibilidades e a abundância vai aumentar. É provável que muitos estarão mais ansiosos e com mais medo, mais pessoas querendo ser ouvidas, mais informação; mais opções de produtos, locais de compras e de como comprar. A mobilidade e precisão ficarão maiores com a chegada do 5G, que disponibilizará mais dados.
A pandemia foi, de fato, um evento disruptivo global, acelerou as transformações, forçou muitos a mudarem suas mentalidades e deixou uma lição clara, que nos foi antecipada pelo sociólogo Alvin Toffler: “O Analfabeto do século XXI não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender.”
De acordo com especialistas em cenários futuros, as crises ocorrerão com maior frequência, ou seja, em intervalos de tempo cada vez menores. Uma nova mentalidade será forjada “diante das profundas mudanças em expectativas, aspirações e valores” – Fim do Poder. Para isso, temos que continuar aprendendo e Andrea Iorio, em 2019, descreveu seis competências a serem desenvolvidas que entendo que continuam válidas para 2021:
Flexibilidade cognitiva: capacidade de adaptação do nosso cérebro as situações em constante transformação geradas por um cenário Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo…; Execução inovadora: o entendimento de que inovar não significa necessariamente inventar algo novo, mas preencher uma demanda reprimida…;
Especialista em comportamento humano: a identificação de tendências profundas de mudança de consumidores e não apenas na superfície;
Pensamento crítico: a atitude de desafio do status quo das coisas para identificar oportunidades de geração de valor…;
Crescimento sustentável: a busca por geração de valor para o cliente que faça crescer o seu negócio de forma sustentável, agregando valor ao ecossistema…;
Altruísmo digital: a priorização do ser humano ao centro da experiência de negócio focando no modelo de negócio H2H (Humano para humano).
Fonte: as 6 competências para surfar na transformação digital
Finalizando, para Aldous Huxley, “experiência não é o que nos acontece; mas o que fazemos com o que nos acontece”. Que os aprendizados e as transformações humanas de 2020 sejam a base para fazermos de 2021 um admirável ano novo.
Fonte: SuperVarejo