As projeções da agência indicam recuperação da geração de caixa operacional da maioria das varejistas de sua cobertura, após a severa interrupção dos negócios em 2020
A agência de classificação de risco Fitch Ratings estima um crescimento de 4,2% da mediana de vendas pelo conceito “mesmas lojas” (SSS) nos setores alimentar e de farmácias e de 26,5% no varejo discricionário, sob uma base de queda de 30,6% esperada para 2020.
As projeções da agência indicam recuperação da geração de caixa operacional da maioria das varejistas de sua cobertura, após a severa interrupção dos negócios em 2020, que resultou em forte retração de demanda, margens e fluxos de caixa, principalmente do varejo discricionário.
Atualmente, 73% dos ratings da carteira de varejo estão com perspectiva estável, o que indica menor probabilidade de alterações no curto a médio prazo. Cerca de 18% do portfólio se encontra em perspectiva negativa e 9%, em positiva.
“Esperamos uma recuperação do ambiente de negócios do setor de varejo em 2021, baseados na retomada do crescimento econômico, na normalização dos padrões de consumo e em uma gradual recomposição dos níveis de emprego e da massa salarial. A forte recuperação esperada para o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização ainda sem considerar as despesas de aluguel (Ebitdar, na sigla em inglês) deve reduzir a alavancagem das varejistas, que em 2020 atingirão o nível mais alto já registrado pela Fitch”, escreveu o diretor da Fitch, Renato Donatti.
No relatório, a agência aponta que a retirada do auxílio emergencial, esperada para dezembro, deve fazer com que a recuperação seja atenuada no início de 2021. “Já o provável cenário de vacinação da população deve trazer efeitos positivos na demanda, especialmente a partir do segundo semestre de 2021”, completa.
O comércio on-line foi um dos destaques do relatório. Para 2021, a Fitch não espera o mesmo ritmo de crescimento de 2020, quando as vendas aceleraram intensamente devido a restrições de atividades das lojas físicas. No entanto, ela diz que a entrada de novos consumidores no canal on-line, os investimentos em 2020 em melhoria do serviço e em tempo de entrega, bem como o crescente acesso à internet, devem permitir que o comércio on-line brasileiro continue evoluindo em ritmo acelerado. “A Fitch espera um acirramento da competição, em especial no marketplace, o que não necessariamente se traduzirá em perda de geração de caixa e/ou margens.”
Fonte: Valor Econômico