Desempenho em julho e setembro mostra recuperação sobre o segundo trimestre, período mais crítico da pandemia
As empresas de fidelidade registraram no terceiro trimestre do ano faturamento de R$ 1,12 bilhão. O número representa um aumento de 22,9% sobre o segundo trimestre, período mais afetado pela pandemia. Em relação ao terceiro trimestre de 2019, no entanto, houve queda de 40,4%.
Os dados são da Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (Abemf). A entidade reúne dez das maiores companhias do segmento no país: Dotz, Elo, Grupo Pão de Açúcar (GPA), Juntos Somos Mais, LTM, LatamPass, Mastercard, Orbia, Smiles, TudoAzul e Visa.
“A recuperação do setor [em relação ao segundo trimestre] foi acima do esperado, tanto em acúmulo de pontos quanto nos resgates. Isso mostra que as pessoas estão sabendo usar melhor os programas de fidelidade”, avaliou João Pedro Paro Neto, presidente da Abemf. O executivo disse que espera crescimento no faturamento do setor no quarto trimestre em relação ao terceiro, mas em um patamar menor do que o verificado entre julho e setembro.
Para o ano de 2020, a Abemf espera um crescimento de um dígito médio (entre 5% e 7%) no faturamento das empresas de programas de fidelidade em relação a 2019, quando as vendas somaram R$ 7,7 bilhões. “O cenário para 2021 ainda é incerto, mas a expectativa é que o primeiro trimestre seja melhor, considerando que a economia dá sinais de recuperação”, afirmou Paro.
No terceiro trimestre, o número de cadastros nos programas de fidelidade teve crescimento de 4,6% em relação ao segundo trimestre, chegando a 152,4 milhões. Em relação ao terceiro trimestre de 2019, houve um aumento de 4,9%.
A taxa de pontos ou milhas expirados no período foi de 12,2% no terceiro trimestre, uma queda de 6,2 pontos percentuais em relação ao segundo trimestre e 5,2 pontos percentuais abaixo da taxa verificada um ano antes.
De acordo com a Abemf, a redução na taxa é reflexo de ações adotadas pelas empresas, como o aumento do prazo de validade dos pontos e milhas. E também pode indicar que os consumidores estão mais atentos aos programas de fidelidade.
O volume de pontos e milhas resgatados o terceiro trimestre aumentou 57,9% em relação ao segundo trimestre deste ano, totalizando 41,4 bilhões. Em relação ao terceiro trimestre de 2019, houve retração de 36,8%.
Do total resgatado no terceiro trimestre, 53,7% foram destinados à troca por passagens aéreas. “No segundo trimestre, quase todos os pontos foram trocados por produtos do varejo. Antes da pandemia, cerca de 80% dos pontos eram trocados por passagens aéreas. Acredito que depois da pandemia o percentual de troca por passagens vai ficar em um patamar entre 60% e 80%”, afirmou Paro.
O restante dos pontos foi trocado por produtos para o lar, como eletrodomésticos, computadores e itens de decoração. Também houve aumento da troca de pontos por bebidas e hospedagem em hotéis. “As pessoas viajaram mais de carro. Houve uma diversificação maior no perfil de resgates”, disse Paro.
Fonte: Valor Econômico