O Magazine Luiza registrou um aumento nas suas vendas brutas transacionadas pelo canal digital de três dígitos no mês de novembro, com força maior nas primeiras semanas do mês. “Em todo o mês, foi triplo dígito médio de alta, mas nos quatro dias da Black [quinta, sexta, sábado e domingo] tivemos um triplo dígito mais fraco, porém era algo previsto”, disse o presidente Frederico Trajano, reforçando que novembro de 2019 é uma base de comparação forte.
Segundo Trajano, a Black Friday ajudou a reforçar a percepção de que a companhia é uma vendedora de itens de supermercado em seu marketplace, algo que eleva a frequência no digital, uma das metas de longo prazo da empresa. “Isso é superestratégico para nós, e foi a categoria de destaque de novembro. É algo que fortalece uma questão maior, de que no Magalu você encontra de tudo”. Em itens de supermercado, houve aumento de 225% nas vendas de quinta a domingo. As rivais Mercado Livre e B2W têm a mesma estratégia, para ganhar tráfego.
Foram vendidos pouco mais de 1 milhão de itens de supermercados pelo Magazine Luiza na Black Friday. Perguntado se atingiu a marca de R$ 1 bilhão no segmento de supermercado, Trajano diz que isso deve ocorrer logo. “Mas R$ 1 bilhão não é muito nessa categoria no país”.
O Magazine Luiza aumentou sua participação de mercado, em dez pontos, em valor, em relação a novembro de 2019, segundo duas pesquisas. As vendas de Via Varejo, B2W e o Mercado Livre, segundo informações que circulam no setor, teriam crescido acima do mercado, mas a principal dúvida de analistas é qual companhia ganhou uma fatia maior do mercado. O Mercado Livre disse na sexta que o seu volume de vendas subiu 130% entre parte da quinta e da sexta-feira.
Dados de consultorias mostram que as vendas no mercado em geral começaram o mês menos aquecidas, como o Valor informou na semana passada, e só foram se acelerar na terceira semana. O Magazine não sentiu isso. “Para nós, não foi assim. Quem não se planejou e não tinha estoque para todo o mês se frustrou, perdeu venda em novembro. Se eu tivesse mais estoque ainda, eu teria vendido mais”, diz. “Queríamos diluir a pressão operacional nos sistemas, nos centros de distribuição em novembro, por isso tratamos de antecipar a venda”. No fim de setembro, eram R$ 5 bilhões em estoque, R$ 800 milhões a mais que junho.
“No fim, fechamos novembro como planejávamos, batendo a meta estipulada. Isso é um alívio porque há uma programação, um preparo, e tivemos uma ‘Black’ sem dor de cabeça’”, disse Trajano. O prazo médio de entrega dos produtos aumentou de dois dias para sete.
O Magazine Luiza passou a B2W, em vendas brutas no segundo trimestre e abriu essa distância no terceiro trimestre. O Mercado Livre é líder em comércio eletrônico no país, considerando as vendas feitas por lojistas e as vendas entre pessoas físicas.
Nas lojas, ele diz que a demanda em novembro ficou muito parecida com a do terceiro trimestre. De julho a setembro, as vendas em pontos físicos avançaram 18,3% em cima de uma alta de 19% em 2019. Para dezembro, a empresa não projeta desaceleração nas vendas. “Acho que ainda vai ser um mês forte. Temos ainda os R$ 300 do auxílio emergencial e o 13º salário do Bolsa Família”, diz.
Fonte: Valor Econômico