17/11/2014 às 05h00
Por João José Oliveira | De São Paulo
A TAM cogita criar uma joint venture com a American Airlines , maior empresa de aviação do mundo, ano que vem para explorar as rotas entre Estados Unidos e Brasil. Essa seria uma das ações da companhia para voltar a expandir receitas, disse o presidente da TAM S.A, Antonio Bologna. “Podemos evoluir de um code share que temos hoje para uma joint venture. Para isso, precisamos do ‘open skies’ [céus abertos]
“, disse o executivo, referindo ao acordo dos governos americano e brasileiro, que determina, a partir de outubro de 2015, o fim de qualquer limite legal para novas rotas entre os dois países.
Bologna disse que as duas aéreas dividiriam igualmente despesas e receitas em voos entre Brasil e EUA. Assim, o grupo será mais competitivo ante a concorrência. Procurada, a American preferiu não comentar o tema.
No plano da Latam, resultado da fusão entre TAM e LAN, a oferta vai crescer de 4% a 6% nas rotas internacionais em 2015. Já no mercado brasileiro, a capacidade ficará estagnada ano que vem.
Mas Bologna disse que a empresa vai voltar a crescer no Brasil, aproveitando a aviação regional. “Os mercados de alimentação crescem mais que os troncais”, disse o executivo, referindo-se aos polos emissores de passageiros fora de grandes centros e que serão estimulados pelo plano de aviação regional do governo brasileiro. “O impacto dessa maior demanda regional vai se tornar mais forte a partir do último trimestre de 2015”, disse.
O executivo afirmou que a conexão das malhas da TAM e da LAN vai permitir ganhos de eficiência e margens operacionais superiores às da concorrência.
Falando a analistas de mercado após a divulgação de resultados, na sexta-feira, o presidente da Latam, Enrique Cueto, admitiu que não está satisfeito com os resultados do grupo após a fusão, em 2012. A holding perdeu no terceiro trimestre deste ano US$ 107,8 milhões, ante um lucro líquido de US$ 52,1 milhões em igual período de 2013. As receitas de US$ 3,1 bilhões foram 6,9% menores que um ano antes. E a margem antes de juros e impostos (margem Ebit), de 3,8% entre julho e setembro, caiu 3,8 pontos percentuais ante 2013.
Segundo Bologna, a página de resultados decepcionantes foi virada. “Em três anos devemos recuperar o grau de investimento”, disse o executivo.
Além da maior geração de receitas nas rotas internacionais e na aviação regional brasileira, a Latam aposta no programa de corte de custos para economizar US$ 650 milhões até 2018.
A holding também completou a transferência de ativos da TAM, cotados em reais, para o balanço da Latam, sediada em Santiago. Assim o grupo reduziu a exposição ao real, de US$ 2,1 bilhões em setembro de 2013, para US$ 700 milhões, este ano.
“E tem o plano de frota, que vai proporcionar uma operação mais eficiente e uma melhor experiência de viagem para os clientes”, disse Bologna. A Latam está investindo US$ 5,2 bilhões de 2014 a 2016 na renovação de aviões. Nesse período, a frota passará de 325 a 338 aeronaves. “O crescimento de oferta da Latam nos próximos dois anos será baseado em uma frota de aviões maiores”, disse Enrique Cueto.
Valor Econômico – SP