O monitoramento de carga é um dos maiores desafios enfrentados pelas empresas que decidem terceirizar o transporte das suas mercadorias. O motivo disso é que muitas transportadoras no Brasil ainda não conseguem suprir a necessidade que o embarcador tem de acompanhar em tempo real o andamento do transporte. Porém, com a chegada da pandemia em março de 2020, muita coisa mudou e o cenário logístico já não é mais o mesmo. O que mudou na logística após a pandemia de Covid-19 A pandemia de Covid-19 trouxe à tona diversas mudanças que antes caminhavam a passos lentos no mercado logístico e isso afetou tanto os embarcadores de carga quanto as transportadoras contratadas. Mudanças como as que veremos a seguir geraram nas empresas, direta ou indiretamente, a necessidade de adotar o monitoramento de carga para atender às demandas dessas transformações logísticas. 1. Aumento de compras no e-commerce De acordo com uma pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), 61% dos mil brasileiros entrevistados, os quais fizeram compras online durante a quarentena, informaram que o volume das suas compras aumentou, sendo a categorias de alimentos e bebidas para consumo imediato as mais latentes. Esse dado demonstra como o risco de contaminação levou as pessoas a fazerem mais uso das ferramentas digitais para evitar sair de casa. Além disso, os consumidores que tinham pouca ou nenhuma interação com sites e aplicativos de e-commerce fizeram desses canais os principais meios de compra, inclusive de itens essenciais. Mas essa mudança, até “forçada” para muitas pessoas que não tinham outra alternativa de compra, não parece que irá retroceder após o fim da pandemia. Segundo os dados da SBVC, 70% dos entrevistados pretendem continuar comprando online. 2. Aumento no transporte B2C (business to consumer) O aumento das compras online e mais pessoas presentes em casa devido ao isolamento social foram os motivos vistos como oportunidades pelas empresas fabricantes de produtos. É que, se antes elas faziam entregas apenas no modelo B2B (business-to-business), isto é, para outras empresas, como supermercados e lojas, agora muitas dessas empresas passaram a entregar diretamente ao consumidor final (business-to-consumer). 3. Demandas da entrega last mile Essas mesmas empresas, que antes faziam transporte apenas para outras organizações, e que costumavam trabalhar apenas com veículos de grande porte, como caminhões, agora se deparam com um desafio ao entregar diretamente ao consumidor final. São as exigências do last mile, o último deslocamento da mercadoria que vai chegar ao consumidor final e que demanda o uso de veículos menores e mais leves nas áreas urbanas. Por esse motivo, muitas empresas terceirizaram o transporte de suas mercadorias para atender a esse público e não ter maiores custos com a compra de veículos específicos para essas entregas. 4. Terceirização no transporte de cargas Como falamos no ponto anterior, muitas empresas optaram pela terceirização de transporte. Outro motivo que levou a essa mudança foi a necessidade em atender às medidas específicas de entrega durante a pandemia. Logo, as empresas terceirizaram essa etapa, a fim de deixar sob a responsabilidade de um provedor logístico especializado nesse processo, como é o caso das transportadoras. Além disso, a crise econômica associada à pandemia levou as empresas a reduzirem os custos dos seus setores, sendo a área logística um dos alvos. Pois, ao terceirizar o transporte de cargas, a organização diminui despesas com combustível, manutenção de veículos, salários dos funcionários, taxas de transporte, etc. 5. Qualidade de serviço das transportadoras As transportadoras também precisaram otimizar sua comunicação com os clientes, uma vez que as empresas contratantes do serviço de transporte estão exigindo mais eficiência na entrega e principalmente retorno sobre a operação. Por isso, o monitoramento de carga também se tornou cada vez mais urgente para a transportadora, que pode deixar o embarcador melhor informado sobre suas mercadorias. Este, por sua vez, também consegue deixar o consumidor final por dentro do status de entrega. Tecnologias a favor do monitoramento de carga Esse cenário, como vimos anteriormente, de mudanças que envolvem o comportamento do consumidor no meio digital e a flexibilização das empresas, ao adotarem a terceirização das entregas, leva à necessidade de investir nas tecnologias para monitoramento de entrega. Exemplo disso é o uso mais latente das diferentes ferramentas tecnológicas em transportadoras, como o GPS (Global Position System), que repassa as informações de localização do veículo para algum dispositivo. A telemetria veicular é um sistema mais avançado, pois consegue captar dados que vão além da localização do veículo, como a distância percorrida, velocidade média, quantas paradas foram realizadas e o consumo médio de combustível. Já a etiqueta RFID (Identificação por Radiofrequência) é um tipo de chip inserido na embalagem ou no produto, onde o gestor tem informações sobre a localização da mercadoria, o qual torna-se útil nos casos de roubo ou perda. Todas essas ferramentas que oferecem informações em tem tempo real podem ser integradas ao sistema de gestão logística da empresa contratante do serviço de transporte. Dessa forma, o transportador consegue acompanhar de forma integrada sua frota de veículos e o embarcador consegue informar aos seus clientes o andamento da entrega por meio de códigos de rastreio. Como ter o monitoramento de carga em sistemas de entrega Para que esse processo logístico funcione com o máximo desempenho, é importante utilizar ferramentas capazes de centralizar a gestão de transportes, compartilhando a informação certa entre o embarcador de cargas, a transportadora e o recebedor. É o caso dos sistemas de gestão de frete terceirizado, como o Hivecloud 3PL. A plataforma oferece ao gestor logístico uma visão integrada dos fretes através das suas funcionalidades de controle. 1. Um aplicativo utilizado pelo motorista da transportadora, onde ele insere informações sobre o andamento do frete, além de fotos e áudios que confirmem a situação da entrega; 2. Um sistema de gestão de transportes contratados, que possibilita realizar todo processo logístico de terceirização dentro da plataforma, como: contratação online de transportadoras, envio das ordens de serviço, controle de documentos, auditoria de fretes e relatório de desempenho. 3. Uma página online para que o recebedor da mercadoria acompanhe sua entrega por meio de um código de rastreio. Essas funcionalidades associadas ao monitoramento de carga só trazem benefícios ao gestor logístico: Redução de custos com o processo de terceirização do transporte; Escolha de melhores empresas para fazer a operação; Mais agilidade na gestão de fretes contratados, Maior controle sobre a movimentação de cargas; Mais qualidade na entrega das mercadorias; Cliente mais satisfeito com o serviço de entrega. Sistemas como o Hivecloud 3PL são um exemplo da transformação digital na logística, uma realidade presente no mundo todo que ganhou força após a pandemia de Covid-19. E o embarcador de cargas ou a transportadora que não adere a essas ferramentas, com o tempo, vai sentir as dores causadas pela falta da digitalização em seus negócios. Por Daniel Brasil CEO e Cofounder da Hivecloud, uma empresa de SAAS especialista em transporte de cargas no Brasil. Atua desde 2002 com projeto e desenvolvimento de soluções em TI aplicadas à logística. É Engenheiro de Software formado pela UFPE, com MBA em Logística Empresarial pela UPE e Mestrando em Engenharia de Produção na UFPE.
Fonte: Revista Mundo Logística