14/11/2014
Por Sérgio Ruck Bueno | De Porto Alegre
O diretor-presidente da Lojas Renner, José Galló, disse ontem em apresentação a analistas, em Porto Alegre, que o mercado “mais restrito” provocado pela desaceleração da economia abre espaço para a consolidação no setor de varejo de vestuário. “Caminhamos para uma consolidação”, afirmou o executivo.
Sem especificar prazos, ele disse que a participação das cinco maiores empresas do setor no país (Renner, C&A, Riachuelo, Marisa e Casas Pernambucanas) pode passar dos atuais 12% a 13% para 20% a 22% do mercado total de vestuário. “Temos potencial para quase dobrar nossa participação”, disse.
Conforme Galló, o aumento da fatia das grandes varejistas virá por uma “grande seleção natural do mercado”, que tende a expurgar as operações informais e empresas menos organizadas e com baixa produtividade. “Vai permanecer quem tem marca muito forte e diferencial competitivo.”
Sua estimativa é que a informalidade no varejo do vestuário atinja de 35% a 40% do setor. Para ele, esta situação é “danosa” para o país porque representa desde a sonegação de impostos até a redução da produtividade do setor.
Galló disse que a empresa vê oportunidades de aumentar o número de lojas de rua para ocupar espaços de varejistas menores que deixarem o mercado em função do cenário mais restrito da economia. De acordo com ele, a bandeira deve encerrar 2014 com 245 a 246 pontos de venda e apenas 6% das unidades estão fora de shoppings.
Observou que a abertura deste tipo de operação é mais “complexa” porque depende de leis municipais, reformas e “burocracia” de licenciamento, mas afirmou que a rede já vem inaugurando pontos fora de shoppings neste ano “com sucesso”. De acordo com o executivo, enquanto a Renner tem apenas 6% das lojas nas ruas, concorrentes como C&A e Riachuelo têm de 16% e 20% das unidades fora de shoppings, respectivamente.
O diretor de relações com investidores da Renner, Laurence Beltrão Gomes, informou ontem que parte do programa de investimentos de R$ 532 milhões da varejista para este ano pode ser adiada para 2015.
Valor Econômico – SP