Aeroporto do Galeão terá novo hotel com 450 quartos
Accor vence concorrência e investirá R$ 100 milhões em complexo com bandeiras Novotel e Ibis Style
POR GLAUCE CAVALCANTI
08/11/2014 6:00
RIO – A Accor vai pousar no Galeão. O grupo francês de gestão hoteleira venceu concorrência aberta pela concessionária Riogaleão composta por Odebrecht, Changi e Infraero e que assumiu a gestão do aeroporto em agosto para instalar o terceiro hotel do Tom Jobim. O processo foi encerrado no mês passado, confirmou a Riogaleão.
Com investimento superior a R$ 100 milhões, a unidade irá ocupar um prédio que fica entre os dois terminais de passageiros, explicou Sandro Fernandes, diretor comercial da Riogaleão. As obras ficarão a cargo da Performance, que fará a adaptação do imóvel para o novo uso, construindo ainda um anexo.
Instalar um novo hotel no aeroporto já estava nos planos da Riogaleão, com previsão de sair do papel até 2017, explicou Sandro Fernandes, diretor comercial da empresa. Agora, esta é a previsão de início de operação do hotel.
Em abril, conduzimos uma grande pesquisa para conhecer em detalhes as necessidades dos passageiros que passam pelo aeroporto. O estudo mostrou que um novo hotel seria prioridade para eles. Então, decidimos antecipar o projeto explicou Fernandes.
A demanda dos passageiros, continua Fernandes, tem a ver com a expansão das operações do aeroporto e também com a capacidade do Galeão para se consolidar como um hub (centro de distribuição de voos) importante no país. De olho nesse crescimento, a concessionária optou por convidar sete dos principais grupos hoteleiros internacionais para participar da concorrência. Cinco deles enviaram propostas.
Como o Galeão é um hub internacional, com forte movimento de lazer e também de viagens de negócios, precisamos oferecer serviços alinhados à qualidade de grandes marcas conhecidas globalmente disse o diretor.
DOIS HOTÉIS EM UM
O complexo terá, no total, 450 apartamentos. Eles serão divididos em duas bandeiras hoteleiras: Novotel, com 280 quartos, e Ibis Style , com 170. Este último terá arquitetura e design interior inspirados no Rio de Janeiro. Haverá ainda restaurantes, centro de convenções, business center e academia de ginástica.
O contrato está em vias de ser assinado, explicou Sandro Fernandes. Procurada, a Accor não confirmou o negócio.
O prédio que será transformado em hotel é usado atualmente pela equipe da administração regional da Infraero, que se muda até o fim deste ano para novo endereço no Centro do Rio. Também estão no edifício funcionários da RioGaleão, que serão realocados para outras instalações no aeroporto.
OCUPAÇÃO DE ATÉ 300%
O Tom Jobim já conta com dois hotéis em operação. O mais novo deles é o Linx Hotel Internatonal Airport Galeão, da GJP Hotels & Resorts do empresário Guilherme Paulus, fundador da CVC. Projeto de R$ 30 milhões, foi inaugurado pouco mais de um ano atrás.
Com 162 apartamentos, registrou ocupação média de 50% nesses primeiros 12 meses, com pico de 90% no período da Copa do Mundo, entre junho e julho deste ano. A GJP venceu licitações para instalar hotéis também nos aeroportos Santos Dumont, de Confins (MG) e de Vitória (ES). Hoje, tem 14 hotéis no país.
A outra unidade é o tradicional Rio Aeroporto Hotel, há duas décadas em atividade. Dois anos atrás, passou a ser administrado pela Bonotel. A empresa está investindo R$ 2 milhões na ampliação e modernização do empreendimento, informou Renato Oliveira, gerente operacional.
Com 62 quartos, o Rio Aeroporto vai ganhar mais 30, que devem estar concluídos até o fim deste mês. Entre as mudanças em curso, estão a substituição do carpete por piso sintético, além da renovação de todo o sistema de ar-condicionado.
De acordo com Oliveira, a ocupação média é de 100%, com potência para crescer. Nas quartas e quintas-feiras, dias em que ocorrem embarques de profissionais que trabalham em plataformas de petróleo em alto-mar, o aproveitamento pode até triplicar. É que um mesmo apartamento pode registrar até 300% de ocupação, com três hóspedes se alternando no quarto num mesmo dia.
O Rio Aeroporto é um empreendimento diferenciado. Por estar dentro do aeroporto, não recebe o hóspede de turismo habitual. O uso é mais de oportunidade, por pessoas esperando conexões ou que perderam ou tiveram voos cancelados ressalta o gerente.
(Colaborou Karla Mendes)
O Globo Online – RJ