06 de Novembro de 2014
Por Rodrigo Bertozzi
Em um cenário enfraquecido pela recessão econômica, o ritmo dos negócios vem sendo bastante afetado, principalmente entre as pequenas e médias empresas. De acordo com recente pesquisa do Serasa Experian, mais de 3,5 milhões de empresas brasileiras estão inadimplentes aproximadamente metade do total das empresas ativas no Brasil. O setor do comércio lidera o ranking, em parte por conta de seu crescente papel na cadeia de consumo, seja como atacadista ou varejista, além de ser hoje o principal setor empregador do país.
Por isso, é preciso atenção. Se sua empresa já enfrenta dificuldades financeiras, quais as saídas para evitar que ela entre no vermelho? Buscar recursos e financiamentos a fim de mantê-la de pé são boas alternativas, mas o empreendedor precisa examinar se o pagamento total ou mesmo de parte da dívida da empresa não fará despencar sua margem de lucro e apertar demais o seu capital de giro.
O desafio para pequenas e médias empresas é grande. A carga tributária no país é das mais altas do mundo e a disponibilidade de crédito também não é abundante, sem falar nos juros altíssimos que são praticados hoje. Para que o empresário não chegue ao limite de seus esforços para tocar o negócio, uma das opções mais promissoras são as parcerias com fundos de investimentos, que estão de olho em boas oportunidades de negócios. São eles que podem dar aporte financeiro e operacional às pequenas e médias empresas a fim de ajudá-las a sair da crise e alavancar o crescimento.
Mesmo que o empresário tenha reservas próprias para alavancar seu empreendimento, é mais recomendável usar o capital de fontes externas. Não apenas porque o capital de casa é mais caro, mas também porque, muitas vezes, ao financiar a expansão com recursos externos, o crescimento destrava. A participação de um fundo de investimentos nesse processo é uma alternativa aos empréstimos bancários cada vez mais caros e restritivos. O investidor exigirá, em troca do aporte, uma participação societária.
Mas e se a empresa já estiver no vermelho e isso esteja dificultando a entrada de investidores com boas propostas? Uma solução rápida é desfazer-se de alguns ativos terrenos, veículos para resgatar parte do capital financeiro. Na parte gerencial, é preciso fazer um diagnóstico detalhado da situação, traçar estratégias e negociar dívidas com fornecedores. Buscar profissionais de mercado também ajuda, assim como contratar consultorias que possam levar boas práticas ao negócio. E o mais importante: para que acionistas e parceiros como fundos de investimentos ou mesmo empresas maiores (no caso de fusão) tenham interesse em investir e levantar a empresa, é urgente mudar a gestão do negócio.
Muitos pequenos e médios empresários ainda mantêm vícios na gestão da empresa familiar. Eles devem estar atentos às novas soluções que o mercado oferece. É preciso abandonar definitivamente aquele antigo modelo de pegar um dinheiro caro e de curto prazo para apagar incêndios, como é o caso do empréstimo bancário.
Os aportes de recursos por meio de venture capital ou private equity são uma boa alternativa de financiamento. Muito utilizados nos EUA, consistem fundamentalmente em oferecer aporte temporário de recursos e participação no capital de empresas com potencial de crescimento e expectativa de grande valorização.
Mais do que a atual situação da empresa, investidores estão sempre em busca de empreendedores comprometidos, que tenham visão de longo prazo e desejo de evoluir. Reinvente seu modelo de negócio e assim sua empresa estará mais forte para enfrentar as turbulências da economia.
Revista Amanhã on-line – RS