CEO no Brasil diz que “questões táticas” trazidas pela pandemia não desviam o foco da empresa em entregar rápido e ter uma seleção cada vez maior de produtos
O varejo on-line, como poucos setores, cresceu exponencialmente na pandemia, registrando um faturamento recorde de R$ 38,8 bilhões e 7,3 milhões de novos clientes no primeiro semestre, segundo dados da Ebit|Nielsen. Para Alex Szapiro, presidente da Amazon Brasil, os ajustes feitos no início da pandemia em prazos de entrega, priorização de produtos, problemas na cadeia de abastecimento e flutuação do dólar, são “questões táticas” que não desviaram o foco da empresa no plano de crescimento para os próximos dez anos.
Seguindo o mantra do fundador Jeff Bezos, o presidente da Amazon Brasil se concentra na experiência do cliente. “Não há dúvida de que, no curto prazo, a cadeia toda sofreu [com a pandemia], mas a gente segue para solucionar os grande problemas que são entregar rápido e ter uma seleção cada vez maior de produtos. E esse caminho não muda”, disse o executivo, em entrevista em que anunciou a campanha promocional PrimeDay, que a empresa traz pela primeira vez ao Brasil.
O período de promoções e fretes gratuitos, realizado durante dois dias por ano em 18 países, é uma espécie de Black Friday da Amazon, e ocorre geralmente em julho. Este ano, por conta da pandemia, ficou para os dias 13 e 14 de outubro. O evento visa atrair mais usuários para o serviço Prime, pacote de assinatura da companhia, que por R$ 9,90 mensais dá direito a frete grátis e acesso a conteúdos como streaming de vídeo e de música, entre outros benefícios.
Para ter acesso aos descontos do Prime Day, o usuário precisa ser cadastrado no serviço de assinatura e pode optar pelo período gratuito de experiência de 30 dias. A assinatura tem servido com forte impulsionador das operações da Amazon no país e no mundo.
“Do lançamento, em setembro do ano passado, até agora, quando se compara os 12 primeiros meses do Prime em outros países, o Brasil foi, de longe, o que mais cresceu”, diz Szapiro. A empresa não abre números locais, mas diz ter superado 150 milhões de assinantes no mundo em 2019. A companhia tem mais de 300 milhões de clientes ativos no total.
No segundo trimestre deste ano, o lucro global da Amazon dobrou para US$ 5,24 bilhões, na comparação com igual período de 2019. A receita com assinaturas avançou 29% para US$ 6 bilhões.
Embora não divulgue números por país, a ampliação da malha logística são um indicador do crescimento da operação brasileira nos últimos dois anos. Este mês, a empresa iniciou a operação de seu quinto e maior centro de distribuição no país, em Cajamar, na Grande São Paulo, com 100 mil m2. Agora são quatro centros em Cajamar e um em Cabo Santo Agostinho (PE). Desde janeiro do ano passado, o portfólio passou de 20 milhões de produtos para cerca de 30 milhões, considerando itens vendidos e entregues pela Amazon e por empresas parceiras.
“A gente precisa trazer e fazer mais rápido algumas coisas para ter certeza de que a experiência do consumidor não vai ser afetada, mas melhorada”, comenta o executivo. Ele informou que a empresa está contratando e tem 100 vagas abertas em todas as áreas.
Fonte: Valor Econômico