Espanha vive estágio mais avançado na luta contra a pandemia e começa a perceber mudanças no cenário do consumo
A Espanha foi um dos primeiros países afetados com gravidade pela pandemia de Covid-19. Após meses de rigoroso isolamento, os níveis de contágio caíram bastante, o que tornou possível à população retomar boa parte das atividades.
Com esse cronograma adiantado em relação ao Brasil, o varejo espanhol começa a entender melhor o que, de fato, é o “novo normal” no setor. De acordo com o portal Financial Food, já há 5 tendências bem claras:
1. Fortalecer o comércio eletrônico para agilizar os pagamentos e o gerenciamento de pedidos
O fechamento de lojas durante os três meses de confinamento destacou a importância de avaliar todos os aspectos de um comércio eletrônico. As marcas que pretendem crescer nos próximos meses precisarão garantir uma operação rápida, fácil e eficiente. A avaliação é de que já não basta que os sites de e-commerce tenham um bom design e ofereçam uma boa experiência de compra durante o processo de checkout, mas é igualmente importante otimizar o processo de envio e trabalhar com fornecedores especializados na gestão de encomendas, para garantir que as entregas e eventuais devoluções ocorram sem problemas.
2. Da loja ao prato com um só clique
Lá como cá, as redes de supermercado tiveram a maior carga de trabalho durante os meses de confinamento e também precisaram lidar com o temor de compras em lojas físicas por parte dos clientes. Como resultado, as compras online de alimentos praticamente triplicaram da noite para o dia na Espanha, fenômeno também percebido no Brasil. Essa mudança de canal permitiu que muitos consumidores descobrissem as vantagens de pagar a outra pessoa para fazer a compra por eles, tornando muito provável que muitos deles continuem recorrendo a aplicativos e sites de última milha – por aqui alguns exemplos são Rappi, iFood, Cornershop, Supermercado Now, entre outros.
3. Pagamentos sem contato
Mesmo antes da pandemia, já se sabia que o dinheiro em espécie facilitava a circulação de germes. No contexto atual, essa questão se tornou mais crítica no processo de compra. Uma alternativa que vem crescendo muito na Espanha são os pagamentos sem contato. Cientes disso, muitos varejistas daquele país já implementaram alternativas como e-wallets, Apple Pay ou cartões de crédito sem contato. Vale lembrar, no entanto, que no Brasil os pagamentos com notas e moedas já são frequentes do que na Europa, o que tende a significar que a adesão em grande escala por aqui demore um pouco mais.
4. Tecnologia ‘checkout free’
Modelos como o da Amazon Go, em que o cliente efetua a compra sem precisar passar num checkout para efetuar o pagamento, já aparece como tendência para o futuro, apesar de ainda não estar completamente difundido. A pandemia pode acelerar esse processo, uma vez que mais pessoas tendem a se sentir seguras comprando sem ter contato com atendentes e nem máquinas de cartão ou outros equipamentos.
5. Entregas sem contato
A entrega em domicílio se consolidou como uma das grandes tendências de consumo nos últimos anos. Portanto, não é surpreendente que tenha desempenhado um papel importante durante a pandemia e que as empresas tenham sido obrigadas a incorporar novas medidas para garantir a segurança de seus clientes e funcionários. Antes da crise, o Walmart já havia implantado a “coleta na calçada”, tornando-se, naquela época, uma das opções mais populares, mas foi o novo Coronavírus que o obrigou a popularizá-lo em muitas lojas, facilitando assim que as distâncias de segurança recomendadas entre o revendedor e o cliente sejam mantidas. Essa iniciativa já está à disposição de clientes de apps de delivery no Brasil. A grande questão é que provavelmente não será abandonada no pós-pandemia.
Fonte: SA Varejo