Canais alternativos de venda em restaurantes e lanchonetes, como delivery, take away (retirar na loja) e to go (para viagem) ganharam maior visibilidade desde o início da pandemia, mas já vinham sendo incorporados ao dia a dia do consumidor desde antes disso. O crescimento de aplicativos de marketplace e dark kitchens (cozinhas exclusivas para delivery) comprovam isso. Por essa razão, a rede de franquias Havanna começou a testar um modelo exclusivo to go em novembro do ano passado, e agora o lança para a venda no mercado.
O novo formato de negócio da rede de cafeterias argentinas foi testado no Cascavel JL Shopping, em Cascavel, no interior do Paraná, e tem o objetivo de oferecer os produtos mais vendidos das lojas tradicionais, como os alfajores argentinos. Mas o atendimento deve ser rápido e possibilitar que o consumidor leve “para viagem”. É diferente da proposta dos modelos tradicionais de loja e quiosque da marca, que trabalham com uma dinâmica de cafeteria, com atendimento na mesa.
“É um modelo que identificamos para pontos comerciais em que sempre enxergamos que caberia uma Havanna, mas não uma franquia tradicional”, explica o gerente de expansão e implantação da marca no Brasil, Thiago Santana.
O investimento inicial total para uma franquia To Go é de R$ 149,9 mil. Para efeito de comparação, os modelos de Cafeteria e Quiosque saem por R$ 435 mil e R$ 343 mil, respectivamente.
O novo modelo será direcionado para cidades do interior e pontos estratégicos para a marca dentro de grandes mercados. Atualmente, já existem mais de 180 pontos mapeados pela rede para receber uma franquia To Go, entre shoppings centers e centros comerciais.
Apesar de o modelo não ter sido projetado para o atual momento da economia, a expectativa é que a franquia To Go ajude a Havanna a entrar em locais onde a empresa ainda não está presente, como estações de metrô, laboratórios médicos e faculdades. Dessa forma, a marca argentina se prepara para entrar em territórios atualmente dominados por outras marcas do nicho, como Casa do Pão de Queijo e Rei do Mate.
O novo formato também poderá ser instalado em pontos de rua. As primeiras lojas serão inauguradas em três cidades do estado do Rio de Janeiro: Macaé, Cabo Frio e Búzios. Os processos serão exatamente os mesmos de unidades em pontos fechados, com a dinâmica de servir apenas pedidos para viagem. Se o franqueado quiser, também poderá colocar poucas mesas, mas esse não é o foco. “O diferencial dessa unidade é que o serviço seja mais rápido”, diz Santana.
A adaptação para lojas de rua pode elevar o investimento inicial, a depender das reformas que precisem ser feitas no local. No entanto, a estimativa é que esse valor não supere R$ 50 mil.
“O perfil dessa unidade é ser o primeiro negócio para um franqueado que está entrando no sistema agora. Ele tem que ser operador. É um complemento, pois agora vamos atender um nicho [de empreendedores] que ainda não tínhamos”, afirma Schiano.
Além do franqueado, a loja precisará ter três funcionários – nos outros modelos, são necessários seis. As lojas também trabalharão com delivery, de acordo com a Havanna, e com o grab and go, que é um serviço de autoatedimento que também chegará às lojas tradicionais. Até o final do ano, a rede estima inaugurar vinte lojas To Go.
Até 2025, a Havanna pretende ter 300 unidades dos dois modelos tradicionais e 185 do novo formato. A rede teve um crescimento acelerado de abertura de unidades nos últimos dois anos e fechou 2019 com 100 lojas, em todo o Brasil. No início deste ano, a marca iniciou o experimento de uma unidade premium, de dois andares, em São Paulo.
Mesmo com a pandemia, a Havanna acredita que a meta original de aberturas será alcançada. “Nesse período, mesmo com a crise, conseguimos comercializar 10 lojas do modelo tradicional”, afirma Santana.
Fonte: PEGN