Indicador da FX Retail Analytics e F360º feito em parceria com a SBVC traz dados de visitantes e de vendas em shopping
A flexibilização da quarentena para atividades comerciais começa a melhorar os indicadores de fluxo de consumidores em lojas e centros de compra. A conclusão é do Índice de Performance do Varejo (IPV), realizado em conjunto pela FX Retail Analytics, especialista em monitoramento de fluxo para o varejo, e pela F360º, plataforma de gestão de varejo para franquias, pequenos e médios varejistas, em parceria com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).
No comparativo de junho de 2020 com maio do mesmo ano, houve aumento de 194% na movimentação das lojas físicas e de 126% nos shopping centers de todo o país. As lojas dos centros de compras tiveram o melhor desempenho, com aumento de 522%, enquanto as localizadas em ruas cresceram 96%.
Na análise regional, as lojas físicas do Norte tiveram o maior fluxo, com 322,86%, seguidas por Sudeste, com 248,72%, e Nordeste, 174,57%. As regiões Sul e Centro-Oeste, que tiveram o maior índice no mês passado, também registraram aumento, 23,78% e 71,8%, respectivamente.
Entre os shopping centers, o melhor desempenho foi da região Nordeste, com 536,14%. Os centros do Sudeste cresceram 385,78% e os do Norte, 130,63%. A região Sul, que já havia flexibilizado o comércio no mês anterior, cresceu 30,32% – os centros de compras da região Centro-Oeste não entraram no levantamento.
Nas categorias, “eletrônicos” apresentou o melhor desempenho no período, com 585%. “Ótica” e “moda” cresceram 236,28% e 211,28%, nesta ordem. “Home center” (167,34%), “beleza” (149,59%) e “calçados” (144,01%) também subiram. “Departamento” ficou estável, com leve aumento de 0,51%. Já “drogaria” caiu: -12,19%.
Os números foram impulsionados pelo Dia dos Namorados, importante data do varejo brasileiro, que coincidiu com o retorno às atividades na segunda semana de junho (8 a 12). Neste período específico, houve aumento de 112% nas lojas de rua e queda de -4% nos shopping centers em relação à semana anterior.
O contraste é justificado pelo índice registrado na primeira semana do mês, em que os centros de compra tiveram fluxo 128% superior enquanto o comércio de rua registrou -17% na comparação com a última semana de maio. Em relação aos presentes, os segmentos mais impactados pela data foram “calçados”, com 1255% em relação à semana anterior, seguido por “chocolateria”, com 581%, e “utilidades domésticas”, com 214%.
“Com a reabertura gradual dos comércios, os principais segmentos varejistas sentem a retomada dos negócios. Eletro, Ótica, Moda, Home Centers e Beleza apresentam fluxo de visitas positivo pelo segundo mês consecutivo. Drogarias, em contrapartida apresenta fluxo negativo, reflexo da volta de outros segmentos e passagem do “desespero” inicial relativo à doença. “, explica Eduardo Terra, presidente da SBVC.
Para Pedro Paulo Silveira, economista chefe da Nova Futura Investimentos, os dados mostram a necessidade de os lojistas estarem prontos para a retomada da economia. “A flexibilização da quarentena já é uma realidade em grande parte do país. Os empresários precisam se preparar para esta retomada, oferecendo condições e segurança aos consumidores que desejam visitar as lojas. ”
Fluxo de consumidores continua abaixo do registrado em 2019
Há retomada nos indicadores, mas ainda vai levar um tempo para chegar ao mesmo patamar do registrado em 2019. No comparativo com junho do ano anterior, o fluxo caiu: -75,94% nos shopping centers e -70,94% nas lojas físicas. As lojas nas ruas sentiram menos, com -42,84%, ao passo que as de centros de compras tiveram -80,86%.
Na análise regional, as lojas físicas do Sudeste e Nordeste tiveram o pior desempenho, com -76,69% e -76,23%, respectivamente. O Centro-Oeste teve -68,41%, seguido por Sul (-60,68%) e Norte (-30,83%). O acumulado nacional no primeiro semestre de 2020 é de -48,55%.
Entre os shopping centers, o pior desempenho também foi da região Sudeste, com -87,45%, seguido pelos centros do Norte, com -61%, e Sul, com -57,83%. Os shoppings do Nordeste e Centro-Oeste não tiveram amostragem suficiente para análise anual. O acumulado do primeiro semestre no país nos centros de compra é de -51,41%.
Nas categorias, “ótica” teve o pior desempenho, com -86,89%. Outras cinco caíram mais de 50%: “departamento” (-82,74%), “moda” (-76,51%), “beleza” (-66,69%), “calçados” (-62,55%) e “eletroeletrônicos” (-57,05%). “Drogaria” ficou em -47,41% e “home center”, -3,24%.
“Os indicadores mostram que o consumidor está buscando voltar ao hábito. O segmento de drogaria, por exemplo, apresenta maior declive em relação ao início da pandemia, enquanto eletroeletrônicos, ótica, moda, home center e beleza lideram a retomada, ainda que abaixo da média registrada em 2019”, afirma Flávia Pini, CEO da FX Retail Analytics.
Vendas também crescem no comparativo mensal
O aumento gradual no fluxo de consumidores impactou positivamente o caixa dos varejistas, com as vendas acompanhando o crescimento mensal, de acordo com dados da F360º, plataforma de gestão financeira com conciliação automática de vendas por cartão para o pequeno e o médio varejista.
Na comparação entre as vendas realizadas em junho com as de maio de 2020, observa-se aumento de 18,02% no volume financeiro e de 14,62% na quantidade de transações efetuadas em todo o país. Os shopping centers tiveram desempenho melhor do que as lojas de rua: 79,16% x 11,407% nos valores e de 71,69% x 8,77% no total de pedidos.
Entre as regiões, o melhor desempenho é das lojas do Sudeste, com aumento de 41,17% no faturamento e de 33,23% na quantidade de transações. O Nordeste obteve 22,09% e 18,66%, enquanto o Norte registrou 16,46% e 19,42% nas categorias, respectivamente. Já o Sul, ficou com -3,69% no volume financeiro e -6,99% no total de pedidos, e o Centro-Oeste, com -4,41% e -4,16%, tiveram indicadores negativos em junho.
Os números positivos na comparação mensal seguem abaixo das vendas realizadas no ano passado. Na comparação com junho de 2019, houve queda: -32,8% no volume financeiro e -46,36% nas transações. Ao passo que as lojas dos centros de compras caíram -51,22% e -54,21%, as lojas de rua registraram -27,98% e -35,52% nos valores negociados e nos pedidos, respectivamente.
Fonte: Falando de Gestão