Em entrevista à DINHEIRO, o executivo falou dos planos da empresa para crescer e da estratégia para a plataforma de finanças Bankly, lançada em abril deste ano.
Qual é o foco da Acesso?
A Acesso surgiu em 2013 com a proposta de democratizar os meios de pagamentos e fazer uma inclusão da base da pirâmide social no sistema financeiro. No início oferecíamos cartão de crédito pré-pago aos clientes, chamado Meu Acesso. Em 2018, fizemos uma reformulação na companhia e a Acesso deixou de ser um produto e se transformou em uma holding. A partir daí criamos mais dois negócios, o Acesso Banking, que oferece serviços de um banco digital, e o Bankly, que oferece infraestrutura para que outras empresas possam ofertar serviços financeiros para o mercado.
Qual o desempenho até agora?
No ano passado, faturamos R$ 2 bilhões, um crescimento de 50% em relação a 2018. Para 2020, projetamos expansão entre 50% e 70% sobre 2019, mesmo com a pandemia de Covid-19. Já ultrapassamos 1 milhão de clientes ativos do cartão pré-pago, mais de 50 mil contas abertas no Acesso Banking e 105 clientes do Bankly. Este último é nossa maior aposta de crescimento.
O Bankly é um negócio totalmente disruptivo no mercado da América Latina. Nós nos inspiramos numa operação da Alemanha. Trata-se de uma plataforma tecnológica devidamente regulamentada e com as licenças necessárias para qualquer empresa se plugar e oferecer soluções e serviços financeiros para pessoas físicas e jurídicas. Trabalhamos com a tese de que, nos próximos três a cinco anos, existirão mais de 3 mil empresas de diferentes setores oferecendo esses serviços para seus clientes. E eles poderão fazer isso sem se preocupar em criar a infraestrutura ou obter as devidas licenças dos órgãos reguladores porque nossa plataforma já oferece isso.
Não apenas fintechs. Com a implementação do PIX e do Open Banking, haverá muitas mudanças. Uma loja, que hoje precisa adquirir uma maquininha para passar cartão, poderá criar seu próprio meio de pagamento porque tudo poderá ser feito por meio de QR Code. Um shopping center poderá montar a sua plataforma de pagamento e oferecer aos seus lojistas. O que o Bankly faz é oferecer a infraestrutura para isso, mas não apenas isso. Também oferecemos o ambiente para que novas fintechs possam oferecer os mais variados serviços financeiros aos seus clientes, sem que a gente apareça. O Bankly é a estrutura por trás da operação.
Quanto ele deverá representar do faturamento?
Nossa projeção é de que, até o fim do ano, o Bankly represente em torno de 70% do nosso faturamento. O crescimento desse modelo de negócios é exponencial, porque é cobrada a taxa de cada operação feita pelos clientes das empresas parceiras. Enquanto no Acesso Banking cada conta nova aberta representa uma pessoa física, no Bankly, a entrada de uma companhia parceira traz os milhares de clientes dela. Tanto que acreditamos que, ao final de 2021, o Bankly representará 90% de nosso faturamento.
Quantas parcerias já foram firmadas?
Queremos terminar este ano com 150 parceiros do Bankly, entre fintechs e empresas que estão iniciando os seus processos de digitalização. Também queremos oferecer crédito conjuntamente com esses clientes. Um crédito como serviço. Quem aparecerá para o consumidor é a empresa parceira e não a gente. A nossa contribuição será sempre nos bastidores, oferecendo as bases para que a operação aconteça.
FUNDOS
PayKey prepara operação no Brasil
INCLUSÃO
Tribanco diversifica para atrair clientes
Instituição financeira do gigante atacadista Grupo Martins, o Tribanco quer diversificar a gama de serviços para aumentar a clientela de sua recém-lançada conta digital para pessoa física e jurídica, a Triconta. O banco informou que irá basear a expansão no conceito de marketplace virtual. Estarão disponíveis serviços de telecomunicações, telemedicina, consórcios, investimentos, planos de saúde e odontológicos, entretenimento e empregos, além do seu portfólio financeiro. A meta é oferecer esses serviços já em agosto para a base de 1 milhão de clientes e conquistar 3 milhões de novos usuário, até 2022. O foco é atrair clientes das classes C, D e E.
Número da semana US$ 1,836 bilhão
Foi o superávit da balança comercial brasileira na quarta semana de julho, informou na segunda-feira (27), o Ministério da Economia. O saldo positivo é resultado de exportações no valor de US$ 4,54 bilhões e importações de US$ 2,704 bilhões. No ano, as exportações totalizam US$ 117,3 bilhões e as importações, US$ 88,6 bilhões, com saldo positivo de US$ 28,7 bilhões. A corrente de comércio acumula quase US$ 206 bilhões. Na comparação com igual mês de 2019, as exportações apresentaram recuo de 1,1%, enquanto as importações foram 34% menores. Na análise por setores da economia, a agropecuária foi o destaque das exportações nas quatro semanas de julho, com crescimento de 22,2% na comparação com igual período do ano passado, seguida da indústria extrativa (0,4%). A indústria de transformação, por sua vez, apresentou queda de 10,3%. No caminho oposto das vendas, o setor agropecuário importou 0,4% mais, enquanto a indústria extrativa e a indústria de transformação apresentaram redução nas compras do exterior, respectivamente, de 57,3% e 32,8%.
Fonte: IstoÉ Dinheiro