29/10/2014
Reuters
São Paulo – A varejista de moda Lojas Renner abre nesta quarta-feira sua primeira loja em Fortaleza de projeto para reduzir consumo de energia e água, prevendo melhor retorno no médio prazo com esse tipo de ponto em um momento de fraqueza da economia e aumento da concorrência.
O investimento na loja de Fortaleza foi de 9 milhões de reais. O valor é maior, por exemplo, que os 5,4 milhões de reais aplicados em loja de Rio Claro (SP), aberta pela companhia mais cedo neste mês.
Segundo o diretor de operações da companhia, Paulo Soares, o custo do primeiro projeto fica um pouco acima da média, pois inclui o planejamento inicial para sua implementação.
Em contrapartida, a expectativa é de um retorno maior com a loja, diante de reduções previstas de 60 por cento no uso de água e de 20 por cento no consumo de energia para iluminação.
“Geralmente a gente faz uma aproximação de retorno das lojas entre 5 a 10 anos (depois da abertura)”, disse o executivo. “O que a gente está vislumbrando de economia de energia e água nesse horizonte mais do que compensa esse investimento inicial que a gente está fazendo”, completou. Agora, a companhia concentrará esforços na obtenção da certificação LEED para a loja, principal selo verde do mundo concedido pela Green Building Council (GBC).
“Uma vez obtido, talvez até em paralelo, a gente vai estudar duas formas de expansão (para o modelo): em empreendimentos de rua, em que a gente vai poder ter interferência maior na construção, e em shoppings que tenham a mesma filosofia de busca pela certificação”, afirmou Soares.
Na visão do diretor de operações da Lojas Renner, o ingresso de competidoras estrangeiras no mercado de moda acaba aumentando a importância da questão da inovação para as companhias brasileiras.
Entre as varejistas que passaram a operar no Brasil recentemente, estão nomes como o da norte-americana Forever 21, que chegou com uma agressiva proposta de preço, e o da também norte-americana Gap.
Na última semana, a Lojas Renner divulgou alta no lucro do terceiro trimestre acima das expectativas de analistas, a 83,4 milhões de reais, puxado pelo aumento de vendas e melhoria de margens operacionais.
De acordo com Soares, o desempenho em mesmas lojas, que consideram as vendas em pontos abertos há mais de um ano, dá confiança “no sentido de manter e até acelerar o plano de expansão apesar de todas as dificuldades que a gente observa no mercado”. No terceiro trimestre, a companhia viu as vendas em mesmas lojas subirem 7,5 por cento sobre um ano antes. A companhia tem plano de chegar a 2021 com 408 lojas, com a perspectiva de inauguração de 25 a 30 lojas por ano. A nova unidade em Fortaleza é a 234a da empresa no Brasil.
Revista Exame on-line – SP