Numa operação que equivale a um re-IPO, a rede de drogarias Panvel vai fazer uma nova oferta de ações de R$ 700 milhões a R$ 800 milhões nas próximas semanas e migrar para o Novo Mercado, fontes a par do assunto disseram ao Brazil Journal.
Os termos finais ainda estão sendo definidos, mas a oferta será majoritariamente primária, com os recursos financiando o plano de crescimento da empresa. A Panvel disse no início do ano que planeja abrir 500 lojas entre 2020 e 2024, sendo 470 na região Sul — um fosso buffettiano para consolidar seu controle do Sul e dificultar a entrada da Raia Drogasil e outros concorrentes.
O tamanho da tranche secundária será calibrado para criar uma oferta com tamanho suficiente para atrair o mercado.
Hoje, o free float é formado por 30% do capital, mas está dividido entre as duas classes; com isso, a liquidez atual não reflete o valor real da companhia, que negocia a 30x o lucro esperado para 2021, enquanto a Raia Drogasil, por exemplo, negocia a 40x.
A vasta maioria do capital está nas ONs (PNVL3) e apenas 7,8% nas PNs (PNVL4). Preparando-se para a oferta, a Panvel vai unificar as duas classes, o que a permitirá aderir ao Novo Mercado.
Com a oferta, a maior liquidez e melhor governança tendem a levar a um aumento do múltiplo e à redução do desconto. No fechamento de sexta-feira, a Panvel valia cerca de R$ 3,4 bilhões na B3.
As famílias Mottin, Weber e Pizatto, têm, respectivamente, 25%, 24% e 12,5% da companhia. O Kinea — que ficou sócio da companhia no ano passado e também faz parte do bloco de controle — tem 10% do capital.
Os coordenadores da oferta são Bradesco, BTG Pactual e Itaú.
A Panvel começou a se preparar há meses: no início do ano, fortaleceu sua área de RI com Rodrigo Krause — que já chefiou a área de RI da Gerdau e passou pela Helbor e Multiplan — e anunciou um desdobramento de ações de 1 para 30, aumentando a liquidez.
Com 450 lojas, a companhia é líder no Rio Grande do Sul, com share de mais de 35% e fatias relevantes em Santa Catarina (11%) e no Paraná (10%). A expansão para São Paulo começou há três anos.
No ano passado, a Panvel faturou R$ 2,8 bilhões, teve EBITDA de R$ 232 milhões e lucro líquido de R$ 77 milhões, reportado pelo IFRS 16.
Fonte: Brazil Journal