Serviço on-line pretende facilitar a sobrevivência de 25 mil lojistas que revendem produtos da empresa
O grupo Malwee lança hoje uma plataforma para auxiliar os clientes da empresa a realizar vendas on-line. A iniciativa visa a facilitar a sobrevivência dos cerca de 25 mil lojistas que revendem seus produtos durante o fechamento físico das lojas, devido à pandemia, e a aumentar o potencial de negócios daqueles que eventualmente já estejam com as lojas abertas, diz o CEO do grupo, Guilherme Weege.
“Nosso negócio é montado em cima do pequeno negócio, e essa é uma crise do pequeno negócio”, diz Weege. “São eles que mais estão sofrendo.”
De concepção e operação simples, a plataforma, chamada “A Sua Loja Malwee” permite a montagem da solução de e-commerce em apenas uma hora. O lojista pode trabalhar na plataforma até pelo celular, a qualquer hora do dia, afirma. A plataforma vem sendo testada desde janeiro por dez clientes da empresa – cinco franqueados e cinco varejistas de rua que a empresa classifica como de alta fidelidade a seus produtos.
A avaliação do grupo de teste ajudou a desenvolver o serviço. De acordo com Weege, os comerciantes que já têm o acesso fazem cerca de 20% da vendas pelo meio digital. Essa é também a meta da empresa: uma média de 20% das vendas por esse canal depois que os negócios voltarem a operar de portas abertas. As vendas, o contato com o cliente e todo o marketing digital são feitos de forma integrada pelas redes sociais Facebook e Instagram e pelo aplicativo de mensagens WhatsApp.
A Malwee oferece treinamento para lidar com a ferramenta. Desde o início da pandemia a companhia vem reforçando a capacitação de clientes em áreas como gestão de caixa, de risco e de estoque, além de marketing digital.
A ideia é abrir a plataforma a todos os 25 mil lojistas que revendem produtos Malwee. A empresa ainda não decidiu se vai dar acesso ao serviço a não clientes.
A Malwee criou também a Voa, venda on-line assistida, uma segunda plataforma pela qual o lojista pode conversar com representantes de vendas da empresa por vídeo, conhecer a linha de produtos da companhia virtualmente e adquirir as peças. Ambas as plataformas já estavam nos planos da Malwee, mas foi preciso acelerar o desenvolvimento em virtude da covid-19.
De acordo com a empresa, o lojista pode montar o catálogo de sua loja virtual livremente. O usuário também tem liberdade para adotar os meios de pagamento e a solução logística mais conveniente. O acesso à plataforma é gratuito por três meses. A partir de então, o lojista tem um custo de manutenção – baixo, segundo Weege – contratado diretamente com a startup Kaztor Tecnologia, que desenvolveu o serviço em parceria com o Sebrae e o Senai.
A ferramenta está conectada a outras plataformas digitais como Google Meu Negócio e funciona ainda como uma espécie de preparo do lojista para a era pós-pandemia, na qual se espera redução do contato social. A Malwee não divulga os valores investidos na iniciativa.
Criador do movimento Compre do bairro, em parceria com outros CEOs (todos como pessoa física), Weege manifestou preocupação com a sobrevivência do pequeno varejo.
Ele cita pesquisa do Sebrae feita no início de maio segundo a qual 38% dos autônomos e microempreendedores do segmento de moda e vestuário não estão conseguindo vender porque só possuem negócios presenciais.
Fonte: Valor Econômico