Em tempos de pandemia tem sido comum ver empresas se unirem para ações sociais ou até mesmo para oportunidades de negócios. Um dos casos mais recentes ocorreu durante uma live nas redes sociais entre Rodrigo Barros, CEO da rede de franquias de alimentação saudável Boali, e Deiverson Migliatti, fundador da rede Sterna Café.
Na conversa, surgiu a ideia de promover a interação entre as equipes das duas marcas para que uma pudesse aprender com a outra sobre o que estavam fazendo para superar este momento. “O que eu pude aprender de imediato foi sobre o funcionamento da Universidade Boali [centro de treinamento]. Eles nos ensinaram como formatar um modelo parecido e meu time está correndo para ter a Universidade Sterna. Por outro lado, falamos com eles sobre estratégias de expansão e como conseguimos vender franquias no meio da pandemia”, afirma Migliatti.
Além da troca de ideias, as duas empresas resolveram unir forças para conseguir negociações melhores de crédito para os franqueados e também para a compra de insumos que são comuns a negócios de alimentação, como copos, embalagens e guardanapos. “Dois CEOs com mais de 100 CNPJs têm muito mais força para negociar. Temos de aproveitar a força e escala das marcas e fazer compras mais assertivas”, diz o empreendedor. Atualmente, o Sterna Café tem 86 unidades, e a Boali, 32.
A união das marcas deve ir além dos aprendizados e melhores condições de negociação. Os empreendedores adiantaram a PEGN um estudo feito para a criação de um modelo híbrido de loja, que comporte as duas marcas. “Eu vendo café da manhã, ele [Boali] vende refeições saudáveis. Entendemos que o mix de produtos pode casar os dois negócios em um mesmo ambiente. Os times de arquitetos já estão levantando isso”, diz o fundador do Sterna Café.
Barros, da Boali, conta que a ideia surgiu quando os dois começaram a analisar leads (interessados em abrir uma franquia) em comum e que poderiam ser potenciais franqueados das duas marcas. “Estamos no momento de avaliar portfólio, otimização de custo de ocupação, de mão de obra e operacional”, diz ele.
Apesar do avanço dessa parceria agora, o contato entre as marcas já é antigo. Uma franqueada do Sterna Café em São Paulo abriu uma unidade da Boali em um espaço ao lado por indicação de Migliatti. “A Boali está indo muito bem lá, tem uma sinergia incrível”, diz Barros.
No início do ano, o Sterna Café comprou a rede de franquias Café Moinho em uma transação que envolveu um aporte de R$ 1,1 milhão. A Boali vem investindo em modelos diversos de negócios, como a venda de comida congelada pela internet e um minimercado autônomo feito para empresas, que será adaptado para atender condomínios residenciais.
Fonte: PEGN