O smartphone consolidou-se como uma das principais ferramentas de compras, além de comunicação e trabalho, dos brasileiros. Esse público mais conectado também se mostra disposto a adotar, e até a pagar mais, pela tecnologia 5G quando ela for disponibilizada no País. Essas são algumas das principais conclusões do estudo “Global mobile consumer survey 2019”, lançado pela Deloitte.
A pesquisa ouviu 2 mil usuários de telefone celular do País para identificar as tendências para o setor de telecomunicações, por meio de análise de hábitos, expectativas e oportunidades para o usuário e o mercado. Os respondentes são de todas as regiões, a maioria do Sudeste e do Nordeste, com idades entre 18 e 55 anos. As mulheres representam 52% do total de pessoas ouvidas, e os homens, 48%.
Celular para fazer compras
O smartphone continua sendo o principal dispositivo eletrônico usado pelos brasileiros. A pesquisa aponta que 95% dos respondentes haviam-no utilizado nas últimas 24 horas antes de responderem à pesquisa. As atividades mais comuns estão relacionadas a compras – como pesquisa sobre produtos e serviços, além de navegação por sites e aplicativos de e-commerce. A rapidez, o baixo custo da entrega e a segurança são fatores que incentivam os consumidores.
“Esse cenário mostra o crescimento da confiança dos consumidores no ambiente online e a ascensão de novas plataformas de pagamento, e-commerce e entrega”, afirma Marcia Ogawa, sócia-líder de Telecomunicações, Mídia e Tecnologia da Deloitte.
Ainda há uma preocupação com relação à segurança de dados, mas muitos admitem que não leem os termos de uso e condições de aplicativos. “Esse aspecto destaca a importância da responsabilidade e governança das empresas sobre os dados de seus clientes”, diz Ogawa.
No trabalho e em casa, a conectividade é fundamental
A pesquisa da Deloitte mostra que estar conectado e interagir a todo momento é uma realidade para os usuários: 81% dos respondentes afirmaram que acessam o WhatsApp pelo menos uma vez por hora, seguido de Facebook (45%), e-mails (42%) e Instagram (36%).
Nesse cenário, o dispositivo promove uma sobreposição dos ambientes de trabalho e pessoal: 44% dos usuários disseram se distrair com o celular durante o trabalho; e 90% costumam acessar e-mails de trabalho fora do expediente, em maior ou menor grau.
O estudo aponta ainda que o celular é um importante instrumento de trabalho – uma ferramenta de comunicação prioritária em uma época em que os negócios demandam agilidade, de conectividade e dados.
Já no ambiente doméstico, o celular transformou-se em uma verdadeira central de controle de dispositivos eletrônicos variados, notadamente smart TVs e streaming de vídeo. A smart TV, por sua vez, é o aparelho de entretenimento mais usado em casa.
5G é aguardado com ansiedade pelos consumidores
As novas possibilidades prometidas pela tecnologia 5G dez vezes mais rápidas que a 4G também atraem os respondentes brasileiros. Para 65% deles, dispor dessa tecnologia é muito importante, e 69% se mostram dispostos a pagar mais por esse serviço. Destaca-se na pesquisa o interesse dos usuários de smartphone de regiões onde boa parte da população ainda tem pouco acesso à tecnologia.
Segundo o estudo, 47% dos respondentes do Norte e 46% do Nordeste, além de 51% dos respondentes do Centro-Oeste Oeste, têm interesse em migrar para o 5G assim que a rede estiver disponível.
Esse anseio do consumidor traz a necessidade de algumas reflexões, afirma Marcia Ogawa. “Ainda é preciso identificar melhor os benefícios do 5G para o consumidor, que vão muito além da velocidade, bem como as oportunidades de novos modelos de negócios para as empresas. Os custos de implementação, e sua influência no preço final aos clientes, também precisam ser avaliados”, afirma.
Fonte: Valor Econômico