A Guararapes, dona da rede de lojas de vestuário Riachuelo, decidiu buscar “alternativas de estoque” em razão da epidemia de coronavírus na China, um dos principais países fornecedores de mercadorias para a empresa. A informação foi dada pelo comando da empresa em teleconferência com analistas para comentar os resultados do quarto trimestre de 2019, divulgados na véspera.
Os executivos não detalharam quais possibilidade foram analisadas. “Vale lembrar que nossos produtos oriundos da China chegaram antes do início da epidemia […], porque fechamos antes do início do Ano Novo chinês”, disse Oswaldo Aparecido Nunes, vice-presidente da empresa.
O executivo ainda afirmou que os investimentos em 2020 serão maiores que os de 2019, sem mencionar valores, e disse que o grupo espera um consumo mais acelerado neste ano, em comparação ao ano anterior.
“Estamos mais confiantes com a operação de varejo neste ano. Podemos ainda retomar um ritmo mais acelerado de reformas”, disse.
A empresa apurou no quarto trimestre de 2019 uma alta de 11,5% na receita líquida, para R$ 2,43 bilhões, em relação ao mesmo período do ano anterior. O lucro líquido caiu 56,5%, para R$ 440,6 milhões. O aumento de despesas operacionais afetou os números — essa linha totalizou R$ 164,6 milhões, alta de 54,8%.
O diretor financeiro da Guararapes, Tulio Queiroz, disse que busca melhorar o giro dos estoques no ano.
Segundo a empresa, o nível de estoques subiu no quarto trimestre em decorrência da compra antecipada de produtos antes do Ano Novo chinês.
O valor do estoque de itens armazenados para revenda em dezembro atingiu R$ 860 milhões, ante R$ 766 milhões um ano antes.
Compras “mobile” e auto-atendimento
A Guararapes informou ainda que o sistema de compra “mobile” estará em 100% das lojas Riachuelo até o fim do primeiro semestre.
Além disso, Nunes disse que a previsão é fazer um piloto dos caixas com auto-atendimento nas lojas em 2020.
O executivo informou que a empresa vendeu em dezembro o centro de distribuição em Guarulhos (SP), de maneira a “liberar” o valor do ativo para o grupo.
Fonte: Valor Econômico