Rede de materiais de construção, a Quero-Quero deu um passo importante para ter ações negociadas na bolsa de valores de São Paulo, a B3, algo que já vinha sendo estudado há, no mínimo, dois anos. O pedido para abertura inicial de capital, chamada de IPO (Initial Public Offering), foi protocolado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta terça-feira (11).
Quando isso ocorre, o lançamento dos papéis no mercado costuma ocorrer dois meses depois, com o andamento normal do procedimento e feita a apresentação para investidores, chamada no mercado financeiro de road show. Responsável pela área de venda variável da gestora de fundos Quantitas, Wagner Salaverry analisa que é um bom momento para a empresa abrir o capital.
— Considerando que várias empresas de varejo estão com os valores máximos históricos em bolsa, é uma boa janela para formação de preço para a ação da Quero-Quero. Não tenho dúvida. Além disso, outras operações recentes também tiveram demandas fortes na bolsa, como a venda de ações recente pela Petrobras e pela Locaweb.
A Quero-Quero foi fundada em 1967 em Santo Cristo, onde a empresa está construindo um centro de distribuição de R$ 30 milhões. Em 2008, foi comprada pelo fundo de investimentos Advent, que trouxe a sede para Cachoeirinha, na região metropolitana de Porto Alegre. Atualmente, tem mais de 5 mil funcionários que atuam nas cerca de 340 lojas e trabalha para atingir 600 pontos de venda. Além do varejo, a empresa atua como financeira. Faz empréstimos para o cliente comprar na loja e também tem sua própria bandeira de cartão de crédito para ser usado em outros estabelecimentos.
A empresa tem feito fortes investimentos em expansão nos últimos anos. A coluna noticiou recentemente a abertura de 50 lojas em 2019 e outras 70 estavam nos planos para 2020. Com isso, seriam criados 1,3 mil empregos. Para sustentar a ampliação, a Quero-Quero no final do ano passado anunciou a construção de mais dois centros de distribuição na região Sul. Eles ficarão em Sapiranga (RS) e Corbélia (PR). As obras terão um aporte financeiro total de R$ 55 milhões e ambos têm inauguração prevista para 2021.
Lembrando que o dono da Quero-Quero, o fundo de investimentos de Advent também comprou a operação brasileira do Walmart. Depois, mudou o nome da holding para Grupo Big, que abrange, por exemplo, os hipermercados BIG e os supermercados Nacional. As duas bandeiras, de origem gaúcha, estavam em processo de extinção pela rede norte-americana, mas foram retomadas com uma mudança de estratégia e estão sendo levadas para outros Estados, inclusive.
Fonte: Zero Hora