Desde 2016, a rede de farmácias Pague Menos abriu quase 500 lojas, enquanto a maioria das redes varejistas de todos os segmentos sofria com os efeitos da crise. A ideia era crescer de forma intensa para avaçar em uma oferta pública inicial de ações (IPO) que levaria a sócia General Atlantic a sair do negócio em 2018, segundo reportagem do Valor Econômico . No meio do caminho, porém, o cenário mudou.
A rede do canal farma com origem no Nordeste teve de enfrentar problemas como economia fraca, avanço da concorrência, falhas na gestão e a condenação na Justiça de seu fundador por crime contra o sistema financeiro. Segundo a agência de rating Fitch, o endividamento líquido foi a seis vezes no fim do ano passado, dado não confirmado pela empresa.
Analistas ouvidos pelo jornal Valor Econômico apontam um conjunto de equívocos nas decisões da empresa no passado. “Houve maior tolerância a lojas que tinham desempenho ruim por alguns anos, para segurar o ponto, o que foi um erro. E a decisão de estocar mais produtos em 2018, superando 100 dias em estoque na época, não elevou tanto a receita e fez a empresa acumular produto de giro baixo”, analisou uma das fontes entrevistadas pela publicação.
Para corrigir rotas, a empresa desacelerou o ritmo de abertura de lojas: foram 7 inaugurações em cada trimestre de 2019, cerca de 20% da expansão observada no ano anterior. Desde então, a receita passou a crescer mais do que as despesas. Com isso, a Pague Menos já informou que, apesar de seguir inaugurando lojas, fará essa expansão em ritmo mais lento do que no passado.
Para este ano, uma das expectativas da rede de farmácias é melhorar as vendas de suas unidades mais antigas (conceito mesmas lojas), o que tende a ajudar a sustentar o caixa da empresa. “Estamos convencidos que o Nordeste vai reagir após 2020 e vamos nos beneficiar disso”, acredita Luiz Renato Novais, diretor vice-presidente administrativo e financeiro.
Fonte: S.A. Varejo