O presidente da Lojas Americanas, Miguel Gutierrez, informou nesta sexta-feira que está prevista abertura de sete novos centros de distribuição chamados de “Universo Americanas”, que envolve todos os negócios formados pelas empresas como B2W, Lojas Americanas, Ame Digital, entre outros.
Atualmente, o grupo integrado opera com 15 centros e esse número deve atingir 22 ao fim de 2022. O anúncio foi feito em evento com investidores nesta manhã, no Rio de Janeiro. Parte desses novos centros estarão localizados em estados do Nordeste, onde a empresa ainda não tem essa estrutura de armazenagem.
O executivo ainda anunciou fechamento de acordo na área de cartões com o Banco do Brasil e a Ame Digital — a empresa de carteira digital e serviços financeiros on-line da companhia. O executivo não deu mais detalhes sobre os assuntos na apresentação para investidores.
Ele ainda informou que a Lojas Americanas e B2W geraram R$ 19,8 bilhões de lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (ebitda, da soma em inglês) em 20 anos. Foi investido dessa soma, R$ 12,5 bilhões, sendo R$ 7,9 bilhões na operação física e R$ 5,7 bilhões no on-line.
A Lojas Americanas projeta um aumento no total de clientes atendidos de 38 milhões para 46 milhões entre 2019 e 2022.
Gutierrez foi questionado por investidores sobre a possibilidade de uma fusão entre a companhia e a B2W, operação de venda online controlada pela rede de departamentos. Ele disse que “continua analisando essas questões e a direção avalia que está bom como está”, disse. “Mas isso não significa que isso não possa ser mudando”.
Segundo ele, “vocês [investidores] continuarão perguntando e nós sempre pensando para ver qual caminho seguir”, afirmou. Ainda ressaltou que as sinergias que há entre as companhias existem, “independentemente da configuração” dos negócios, ou seja, se empresas continuarem separadas ou não. As empresas têm um alto volume de compartilhamento de iniciativas e ações, e parte disso é verificado pelos dados de negócios entre partes relacionadas, informado pelas empresas em documentos enviados à bolsa.
A Ame teve R$ 800 milhões em volume de pagamentos na Black Friday, informou a companhia para investidores. O valor se refere a TPV (ou “total payment volume”). O número engloba o volume de pagamentos recebidos por uma empresa por meio de seu sistema.
A B2W, operação virtual que reúne marcas como Americanas.com e Submarino, recebe um percentual do total de transações feitas pelo sistema da Ame, por lojistas que vendem no site (marketplace).
Marketplace
A B2W e a Lojas Americanas anunciaram projeções para seus negócios e novas ações na operação digital e de pontos físicos.
As duas empresas projetam, de forma consolidada, aumento no volume de clientes ativos de 38 milhões para 46 milhões, entre 2020 e 2022.
Ainda estimam alta de 69% no total de transações de vendas nas empresas, de 327 milhões para 552 milhões operações no mesmo intervalo, de três anos. Com aumento de clientes e de transações, as vendas seguiriam subindo de forma mais forte, entendem os grupos. Ao longo do dia, a operação física da Lojas Americanas já informou expectativa de alta de 40% nas vendas brutas em 2022, em relação a 2019.
Para o índice de frequência de compras por cliente, a projeção é alta nas duas empresas, de 8,6 vezes ao ano hoje para 12 vezes em 2022.
Ao longo do dia, a Lojas Americanas e B2W anunciaram novos acordos, parcerias e investimentos para os próximos anos. Isso ocorre após a conclusão do último ciclo de investimento das empresas, iniciado em 2014 e encerrado em 2019.
Os principais pontos seguem abaixo:
– Acordo com o Banco do Brasil e Ame, a empresa de conta digital, para acelerar a oferta de crédito e para a criação de um cartão de crédito Ame, com meta de atingir 7 milhões de clientes em 2022;
– Abertura de sete novos centros de distribuição, a serem compartilhados pelas companhias, elevando número atual de 15 para 22 CDs até 2022;
– Parceria entre Ame e Stone, para aumentar a aceitação da conta digital da Ame no país na rede da Stone;
– Abertura de escritório da B2W na China, para ampliar atividade da “Americanas Mundo”, operação de venda on-line de produtos de lojistas estrangeiros no país;
– Criação de uma nova rede de lojas, a Americanas Digital, com cinco lojas em projeto piloto. Pontos serão abertos em cidades do interior, e terão, em média, 70 metros quadrados;
– Aquisição das startups de entrega Pedala e Courri, para ampliar rede de entrega em grandes cidades urbanas (“last mile”).
Fonte: Valor Econômico