A Livraria Cultura pretende vender a Estante Virtual, plataforma on-line de comercialização de livros usados que possui cerca de 4 milhões de clientes cadastrados. A medida é considerada essencial pela empresa para a manutenção das atividades do grupo, que está em processo de recuperação judicial.
Em outubro do ano passado, sem conseguir pagar dívidas de cerca de R$ 285,4 milhões, a Livraria Cultura pediu recuperação judicial a fim de evitar a falência.
Por meio desse mecanismo, homologado pela Justiça no mês de abril, a Cultura ganhou fôlego para tentar se reestruturar e pagar os credores.
O plano, aprovado em assembleia pelos credores, estipula um deságio de até 70% nos valores a serem pagos. Foi definido também um prazo de amortização de até 12 anos, depois de uma carência de 24 meses. As condições variam segundo a categoria na qual os credores estão inscritos.
A Estante Virtual foi adquirida pelo grupo em dezembro de 2017, ano em que a Cultura, no seu projeto de expansão, incorporou também a subsidiária brasileira e as respectivas operações da Fnac—com a crise, a última loja da marca foi fechada um ano depois.
À época da compra, a notícia do negócio surpreendeu o mercado devido à situação financeira delicada da Cultura.
A decisão de vender a Estante Virtual foi comunicada à Justiça de São Paulo na quarta-feira (14). Precisa ainda ser aprovada em nova assembleia de credores, que deve se reunir no dia 5 de setembro.
Os recursos obtidos com a eventual alienação da plataforma serão revertidos, prioritariamente, de acordo com a empresa, para o pagamento de despesas operacionais posteriores ao pedido de recuperação e quitação de impostos.
Fonte: Folha de S. Paulo