A Dafiti, varejista on-line de moda pertencente à Global Fashion Group (GFG), ultrapassou pela primeira vez a marca de R$ 2 bilhões em receita bruta em 2018. No mercado brasileiro – onde a companhia tem a maior operação – o crescimento ficou acima da média do setor de comércio eletrônico, mas os ganhos foram anulados pela desvalorização do real em relação ao euro.
Em 2018, a receita bruta da Dafiti atingiu EUR 484,3 milhões (R$ 2,09 bilhões), com queda de 1,9% em relação a 2017. Excluindo o efeito da variação cambial, houve crescimento de 18,5%. A receita líquida somou EUR 359 milhões (R$ 1,55 bilhão). O resultado ficou 1,7% abaixo da receita apurada no ano anterior em euros. Em moeda constante, a receita cresceu 18,8%.
O número de clientes ativos subiu 16,5%, para 5,2 milhões. O lucro operacional encolheu 4%, para EUR 149 milhões. Sem citar números, a Dafiti informou que fechou o ano com lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) nos quatro países em que atua – Brasil, Argentina, Colômbia e Chile.
Philipp Povel, presidente e sócio-fundador da Dafiti, disse que o crescimento de vendas foi mais expressivo na Colômbia e na Argentina. “No Brasil, os resultados melhoraram muito, mesmo com o cenário de crescimento fraco da economia e a instabilidade política antes das eleições”, afirmou.
No Brasil, disse Povel, a Dafiti cresceu acima da média do mercado de comércio eletrônico, considerando as vendas em moeda constante. Segundo a Ebit Nielsen, o comércio eletrônico cresceu 12% em 2018 e crescerá 15% neste ano. “Nossa expectativa é crescer mais que o mercado em 2019 e melhorar a rentabilidade”, disse Povel.
O executivo atribuiu o desempenho a melhorias implementadas no aplicativo, no site, na logística e no portfólio de produtos. “A Dafiti se posicionou como uma plataforma para marcas internacionais que saíram do Brasil ou que querem entrar no país, mas preferem não ter operação própria”, disse, citando como exemplo a entrada da Banana Republic no país em 2018, por meio da Dafiti.
A varejista de moda é um dos maiores negócios da GFG, junto com a australiana The Iconic. Em 2018, a GFG teve alta de 5,6% na receita líquida, para EUR 1,16 bilhão. Excluindo a variação cambial, a receita líquida cresceu 18,7%. O lucro operacional aumentou 38,9%, para EUR 449,7 milhões.
O prejuízo ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) chegou a EUR 49,8 milhões em 2018, ante EUR 98 milhões em 2017. A GFG não divulga a última linha do balanço. O resultado da companhia é incorporado ao balanço do fundo alemão Rocket Internet, que divulgará resultados em 4 de abril.
Fonte: Valor Econômico