A varejista de moda Lojas Renner teve lucro líquido superior a R$ 1 bilhão pela primeira vez na história em 2018, apoiada na alta de dois dígitos da receita e controle de despesas. A empresa observou um ritmo de vendas e fluxo de visitantes nas primeiras semanas de 2019 parecidos com o do quarto trimestre.
“Tivemos planejamento específico para esse alto verão e para o Carnaval também. Teremos cápsulas de coleção específicas e voltadas para esse período e vemos bom fluxo e manutenção do ritmo que vínhamos tendo no fim do ano passado”, disse à Reuters o diretor financeiro e de relações com investidores da Lojas Renner, Laurence Gomes.
Segundo ele, as condições macroeconômicas já se mostram mais favoráveis, mas ainda há um certo grau de incerteza em relação ao ritmo de andamento de reformas importantes, o que certamente terá reflexo na confiança de empresários e consumidores.
Quarto trimestre
No quarto trimestre, o lucro líquido da Lojas Renner subiu 32,5% sobre o mesmo período de 2017, para R$ 439,8 milhões, acima da média de previsões de analistas compilada pela Refinitiv, de R$ 434,02 milhões.
No ano, a varejista de moda lucrou R$ 1,02 bilhão, superando em 39,2% o resultado de um ano antes, com alta de 2,5 pontos percentuais na margem líquida, para 13,6%.
“Foi um ano com períodos bastante distintos… Tivemos um primeiro semestre bastante desafiador, com a greve de caminhoneiros, Copa do Mundo e clima não tão favorável, mas recuperamos nível de vendas quando entramos com primavera verão no segundo semestre”, explicou Gomes.
A receita líquida trimestral subiu 16,8% ano a ano, para R$ 2,595 bilhões, elevando o faturamento anual para R$ 7,485 bilhões. No conceito mesmas lojas, houve expansão de 12% no quarto trimestre e de 7,4% em 2018.
Já o desempenho operacional medido pela lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado total somou R$ 742,7 milhões entre setembro e dezembro, alta de 23,1% na comparação com o quarto trimestre de 2017.
A maior geração de caixa e o cenário de juros mais baixos permitiu à Lojas Renner reduzir o endividamento líquido para R$ 505,3 milhões ao fim de dezembro, de R$ 659,8 milhões um ano atrás.
Enquanto isso, os investimentos recuaram 2,8% em relação ao último trimestre de 2017, para R$ 223,8 milhões, dos quais 57,5% foram destinados à abertura de 19 novas lojas e remodelações.
A companhia encerrou o ano de 2018 com um total de 354 lojas, incluindo sete no Uruguai. No fim de janeiro, a Lojas Renner anunciou planos de expansão para a Argentina, onde abrirá três lojas no segundo semestre de 2019 em Buenos Aires e Córdoba.
“É um mercado volátil, mas nossas decisões são de longo prazo e vamos entrar com apenas três lojas, então o risco é mitigado”, explicou Gomes ao ser questionado sobre a fragilidade da economia argentina.
A companhia não informa a representatividade do comércio eletrônico no total de vendas, mas Gomes observou que o crescimento da plataforma lançada em 2010 foi cinco vezes superior à taxa do vestuário no mercado online no Brasil em 2018.
As ações da Lojas Renner já subiram cerca de 2,5% em 2019, depois de cinco consecutivos de valorização. Somente em 2018, a alta foi de mais de 21%.
Fonte: G1