Duas semanas após a crise de desabastecimento provocada pela greve dos caminhoneiros ao fim de maio, 15,2% dos varejistas brasileiros ainda consideram que o nível dos seus estoques está aquém do adequado, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Nos três meses anteriores à paralisação, esse percentual foi, em média, de 13,8%.
A sensação de desabastecimento é mais forte no comércio de bens duráveis, no qual 17,2% dos entrevistados relataram níveis baixos dos estoques nas lojas, contra 15,4% na média do trimestre anterior às paralisações. No segmento de bens não duráveis, 11,8% dos entrevistados apontaram que os estoques estavam abaixo do considerado adequado, contra 11,2% na média do trimestre anterior.
Em termos regionais, o desabastecimento de bens duráveis foi maior em Florianópolis, onde 28,2% dos comerciantes apontaram estoques abaixo do ideal no período. Curitiba registrou patamar de 23,5%; Palmas, 22,3%; e Boa Vista, 19%.
No comércio de bens não duráveis, os comerciantes que estão sentindo mais os estoques baixos estão em Natal, onde 16,4% deles apontaram abastecimento abaixo do ideal; Belém e Cuiabá, com 12,3%; e Aracaju, onde 11,5% dos entrevistados relataram baixo estoque. No total, comerciantes de 17 estados do país afirmaram que seus estoques estavam abaixo do considerado ideal.
Segundo cálculos da CNC, entre os dias 21 de maio e 4 de junho, somente nos segmentos de supermercados (R$ 2,8 bilhões) e de combustíveis (R$ 2,4 bilhões), o varejo perdeu R$ 5,2 bilhões em cinco Estados: São Paulo (R$ 2,6 bilhões); Minas Gerais (R$ 700 milhões); Rio de Janeiro (R$ 628 milhões); Bahia (R$ 596 milhões); Paraná (R$ 547 milhões), além do Distrito Federal (R$ 155 milhões).
Fonte: Valor Econômico