Um dos maiores distribuidores atacadistas do País, o Grupo Martins, sediado em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, tem cada vez mais se especializado no setor de franchising. Por meio da rede varejista de bandeira Smart, o grupo já está presente em 23 estados brasileiros, com um modelo que, aos poucos, se aproxima de uma franquia. E, a partir do ano que vem, vai começar a franquear também nos segmentos de fármacos e materiais de construção, com as redes “Mais que Farma” e “Para casa”, além de construir Centros de Distribuição (CDs) voltados para suas filiais.
Para isso, o grupo está investindo pesado no que chama de Sistema Integrado Martins, que inclui as empresas: Martins Atacado, Tribanco, Tricard, Tribanco Seguros, Rede Smart de Supermercados, Universidade Martins de Varejo, Instituto Alair Martins, Efacil (e-commerce), e o business-to-business (B2B) do atacado.
De acordo com o diretor da Rede Smart, Ismael Carrijo, este é o diferencial do grupo: oferecer uma série de serviços aos clientes, de maneira que seus negócios funcionem de forma integrada, organizada e chancelada pela marca Martins. E os resultados da rede Smart têm mostrado que este é o caminho.
“Trata-se de um modelo de fidelização junto aos mais de 300 mil clientes do grupo. Trabalhamos basicamente com o pequeno e médio varejista, perfil de empresário que precisa de informação, metodologia e também união para se fortalecer e vencer a concorrência. Mas somos mais do que uma central de compras, porque além da negociação conjunta com fornecedores, oferecemos uma carteira de outros benefícios que complementam e otimizam o negócio”, explicou.
Ao todo são 780 lojas com a bandeira Smart em quase todo o País. Essas são administradas por 520 empresários diferentes. A maioria se encontra em Minas Gerais (239), logo em seguida destaca-se a Bahia, com 91 pontos de vendas. A meta para este exercício é chegar a 1.000 lojas filiadas, que serão concentradas nos estados de Minas, Bahia, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Porém, por questões estratégicas, o volume a ser aportado não foi revelado.
Em termos de desempenho, Carrijo afirmou que enquanto o setor supermercadista nacional cresceu 4,3% em 2017 sobre 2016, as lojas Smart tiveram um desempenho 12% maior na mesma base de comparação. A justificativa para o aumento bem acima da média, segundo o diretor, está no modelo de gestão. “Dificilmente você vê um supermercado quebrar por falta de vendas. O empresário supermercadista quebra porque tem uma gestão ruim. E é neste ponto que a rede entra, ajudando na capacidade de administrar e gerar resultados”, ressaltou.
Em termos de relevância para os negócios do grupo, ele contou que a bandeira tem uma importância muito grande, porque dentro dos 300 mil clientes, os pequenos varejistas estão no topo da cadeia. “Eles têm uma representatividade de 10% dos negócios e nosso objetivo é aumentar essa participação para 25% em cinco anos”, revelou.
Desta forma, a rede pretende se desenvolver mais, crescer e abrir novas lojas. Além disso, desde o ano passado, começou a investir também em CDs voltados para as filiais. O primeiro deles foi construído em Goiânia (GO), mas a partir de 2019, outras unidades serão abertas em outros estados.
Tendência – Carrijo defendeu que o modelo de franchising é uma tendência para o setor supermercadista. Isso porque, segundo ele, o empresário precisa de um modelo de gestão que o permita administrar o negócio e, ao mesmo tempo, se dedicar ao ponto de venda. “A grande diferença do pequeno varejo para os grandes concorrentes é que ele está dentro das lojas e o consumidor final sabe quem ele é. Quanto mais tempo ele estiver na loja, melhor ele vai administrar o negócio e o modelo de franquia permite isso”, concluiu.
O diretor da Rede Smart participou, na última quarta-feira, do Bloco do Conhecimento com o tema “O futuro do franchising no setor supermercadista”, durante a 52ª edição da Convenção da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), realizada no Rio de Janeiro e reunindo milhares de varejistas de todo o Brasil.
Fonte: Diário do Comércio