A A.Grings, fabricante de calçados dona da Piccadilly, mudou o posicionamento da sua marca de calçados femininos e espera, com isso, um crescimento de vendas no mercado interno de 15% neste ano. Em 2017, a companhia fechou o ano com um crescimento na receita bruta de 14%, chegando a aproximadamente R$ 394 milhões, ante R$ 345,7 milhões em 2016.
A Piccadilly reposicionou sua marca no segundo semestre de 2017, se concentrando em coleções que reúnem conforto e informação de moda. Cristine Nogueira Grings, presidente do grupo, disse que a empresa estudou o mercado por mais de dois anos e concluiu que a marca já era vista como confortável, mas com perfil muito conservador.
“Foi feita uma evolução da marca, que passou a ter mais informação de moda e mais inovação em design, sem abrir mão do conforto”, afirmou Cristine.
A demanda crescente por calçados superconfortáveis com informação de moda também é alvo da Arezzo, que desenvolve no momento uma nova marca com essas características. A gaúcha Usaflex, empresa que lidera as vendas de calçados femininos confortáveis no Brasil, prevê para 2018 um crescimento de 23% em receita, para R$ 403 milhões. Em 2017, a companhia cresceu 14% em receita, para R$ 328 milhões.
De acordo com a Cristine, as consumidoras tradicionais da Piccadilly vão encontrar produtos com perfil conservador nas coleções, e outras consumidoras terão acesso a calçados mais elaborados, com mais saltos e detalhes de moda. Segundo ela, a idade média das consumidoras da Piccadilly é 45 anos.
Com a mudança nas coleções, a expectativa é baixar a idade média para 30 a 35 anos. “A mulher mais jovem também busca conforto para cumprir a rotina multitarefas”, afirmou a executiva.
Ela disse que as vendas da coleção de outono inverno da Piccadilly para as lojas, já com novo foco, cresceram 30% em comparação às vendas de 2017. “O ano passado foi desafiador para todos, por causa do cenário adverso. Ainda assim, fechamos com um crescimento de 14%. Para este ano a projeção é de um crescimento em torno de 15%.”
A companhia ainda não publicou o balanço relativo ao ano passado. Em 2016, a A.Grings registrou uma queda de 0,6% na receita líquida, para R$ 289,6 milhões. O lucro líquido, por sua vez, apresentou retração de 22,6%, devido a um aumento generalizado nas despesas operacionais. Naquele ano, a A.Grings foi a quinta maior fabricante de calçados no país em lucro, atrás de Grendene, Alpargatas, Beira Rio e Arezzo.
Fonte: Valor Econômico