O CFO das Lojas Americanas (LAME), Luiz Saraiva, pediu demissão e será substituído por Carlos Eduardo Padilha, a segunda troca de CFO em apenas quatro meses.
Saraiva — que começou na LAME como estagiário em 2003 e ocupou vários cargos financeiros tanto na LAME quanto da B2W — estava como CFO desde agosto, quando substituiu Murilo Correa.
Uma fonte da companhia disse ao Brazil Journal que Saraiva apresentou sua renúncia só hoje, o que impediu a empresa de preparar o mercado. “Foi uma decisão meramente pessoal, e ele precisava se dedicar a estas questões.”
A mudança vem menos de uma semana depois da LAME ter feito um Investor Day que despertou os ‘bulls’ para sua ação, que subiu cerca de 8% em dois pregões. A alta foi causada principalmente por uma recomendação de compra do BTG Pactual, que promoveu a LAME como “uma de nossas melhores recomendações para 2018″ logo após o Investor Day. (Foi o primeiro evento deste tipo para a companhia, que aderiu este ano ao Nível 1 de governança da B3 e tem uma tradição de opacidade na comunicação com o mercado.)
Para o BTG, depois de um período desafiador no qual as vendas no conceito ‘mesmas lojas’ caíram abaixo de médias históricas e durante o qual o ciclo de caixa foi desfavorável, a LAME vai começar a se beneficiar de um ambiente macroeconômico melhor, custos de financiamento em queda e uma série de iniciativas implementadas este ano que aumentarão sua rentabilidade já a partir deste trimestre.
Para os analistas Fabio Monteiro e Luiz Guanais, “o preço da ação (com as lojas físicas da LAME negociando a 21 vezes o lucro estimado para 2018) ainda não reflete estas boas perspectivas nem a melhora gradual dos resultados da B2W, criando um ponto de entrada atraente em um ativo premium.”
Padilha, o novo CFO, era até agora o diretor de Relações Institucionais tanto da LAME quanto da B2W, e está na companhia desde 2006. Começou na Americanas.com, ainda antes da fusão com a Submarino que criou a B2W. Fez a integração entre as duas empresas e foi o primeiro controller da B2W, ficando no cargo até junho 2012, enquanto acumulava como controller da LAME.
Em seguida, foi promovido a diretor estatutário. Na LAME, onde diretores não têm designação específica, passou a cuidar das área fiscal, do jurídico, e da comunicação da empresa.
A LAME, que hoje opera dois formatos de lojas — a tradicional, de 1100 a 1500 metros quadrados, e a Express, de 350 a 400 metros — está testando um formato de lojas de conveniência, e a estratégia (que pode envolver franchising) deve ficar pronta até 2019.
Depois de anunciar um plano para abrir 800 lojas e dobrar de tamanho entre 2015 e 2019, a LAME abriu apenas 89 lojas em 2015 e 86 em 2016. Este ano, deve fechar com 200 novas lojas, e, para atingir o guidance, precisa abrir mais 200 por ano nos próximos dois anos.
Fonte: Brazil Journal