Com as operações focadas em atender o consumidor em suas necessidades em medicamentos e produtos de higiene e beleza, o setor farmacêutico busca ampliar seu leque de serviços com um objetivo audacioso: se tornar pequenos centros médicos. “A farmácia do futuro vai ser a porta de entrada de saúde das pessoas. Teremos farmácias aplicando vacinas, realizando teste laboratorial rápido e acompanhando o tratamento do paciente.”, declara Sergio Mena Barreto, presidente da Abrafarma – Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias, em entrevista exclusiva ao Jornal Giro News.
Segundo ele, com a possível regulamentação da Anvisa para o funcionamento dos serviços de vacinação no país, muitas mudanças vão começar a acontecer. “Todas essas iniciativas vão mudar a cara das farmácias, elas se tornarão, muito mais, uma referência de saúde do que um comércio simples e são mudanças de paradigmas”, afirma. Um projeto já iniciado há três anos pela Abrafarma incentiva a qualificação de farmacêuticos para realizar os atendimentos. “A legislação hoje proíbe médico em farmácias, por isso, estamos investimento fortemente na qualificação de farmacêuticos”, disse.
Modelos de Negócios Distintos
Enquanto a revolução das farmácias para centros médicos não acontece, diferentes modelos de operação têm surgido durante os últimos anos no Brasil. Um dos exemplos mais fortes desses novos modelos são os formatos Drugstore, as lojas de conveniência. Barreto explica que, apesar do conceito ser uma aposta, pode não funcionar para o posicionamento de algumas redes. “Eu diria que não existe um formato certo ou errado. São novos formatos de negócios que têm surgido com posicionamentos distintos. Para o consumidor o que importa é que ele encontre o que procura – em determinada área alimentos, em outra apenas medicamentos e produtos de beleza. Com isso, ele tende a buscar os itens, em função do foco de cada ponto de venda”, explica.
Incentivos para o Setor
O setor farmacêutico é, desde 2015, um dos setores que não se abalou com a crise econômica brasileira, prova disso é o crescimento de 25% nas vendas nos últimos dois anos e um aumento e 10% apenas em 2017. Para alcançar estes resultados, a Abrafarma tem incentivado o investimento em dois recursos primordiais: logística e lojas cada vez maiores. O presidente da associação, cita como exemplo: “A ruptura de produtos é algo muito crítico. A Abrafarma tem orientado os associados à abertura de centros de distribuição com o objetivo de manter o mínimo de ruptura possível em suas lojas. Na farmácia, se o consumidor tem uma prescrição médica com três itens e não encontra os três em um ponto de venda, deixa de comprar todos e procura outro estabelecimento.” conclui Sergio.
O presidente revela, ainda, que a Entidade inaugura aproximadamente 8% de novas lojas por ano. Em 2017, foram 500 novas farmácias no País. “Como a farmácia é um negócio que 70% do publico é feminino, temos investido cada vez mais em lojas maiores, com um número de SKUs maior. A mulher ela quer que tenha ali os últimos lançamentos e uma gama de opções que ela não encontra em uma farmácia independente.”, finaliza o presidente.
Fonte: GiroNews