A Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex) e a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) fecharam uma nova parceria, agora com o objetivo de discutir desafios do setor de vestuário e promover ações para a produção sustentável em toda a cadeia do setor de moda.
Em maio, Renner, Zara e C&A anunciaram um investimento de R$ 1,5 milhão em uma parceria público-privada para melhorar as condições de trabalho em oficinas de costura na região metropolitana de São Paulo. O projeto também é gerido pela OIT.
Juntas, as entidades vão reunir 35 representantes das áreas de fiação, confecção, indústria têxtil e varejo de moda em oficinas, para discutir e promover ações que reduzam a informalidade e condições precárias de trabalho e tratem de modelos de negócios, questões sociais e ambientais. Esse modelo de parceria é adotado em outros países há 20 anos, de acordo com a OIT. O investimento para este projeto é de R$ 1,3 milhão.
O diretor-executivo da Abvtex, Edmundo Lima, disse que até 2018 serão realizadas cinco oficinas e, durante esses encontros, representantes da cadeia de moda vão discutir e fazer propostas de ação para tornar a produção de moda no país mais sustentável. As discussões vão incluir produção de matérias-primas orgânicas, capacitação de micros e pequenas empresas, reforma trabalhista, processos industriais, entre outros temas. “A partir dessas discussões vamos começar a endereçar iniciativas para dar mais sustentabilidade à toda a cadeia do vestuário”, afirmou Lima.
Fernando Pimentel, presidente da Abit, ponderou que as indústrias do setor já têm discussões mais avançadas em inovação e legislação trabalhista, mas precisam avançar nos debates sobre sustentabilidade da cadeia produtiva. “A moda brasileira é reconhecida internacionalmente, tem um talento natural. A proposta é ter uma moda que seja reconhecida por sua sustentabilidade no mercado internacional no futuro”, disse Pimentel.
O projeto conta com o apoio do Instituto C&A e a realização do Instituto Reos.
Fonte: Valor Econômico