O varejo virtual é um dos mercados com maior índice de progresso dos últimos anos. Estima-se que o crescimento no setor seja de 12% em 2017, se comparado com o ano anterior, movimentando R$ 60 bilhões e registrando mais de 200 milhões de pedidos nas lojas virtuais, segundo levantamento da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Ainda de acordo com o estudo, a expectativa é que o e-commerce atinja a marca de 38,5 milhões de consumidores únicos nas lojas online.
Com o avanço constante do setor, cresce também o número de fraudes. Segundo pesquisa da ACI Worldwide, no mês de dezembro de 2016 houve um aumento de 31% nas tentativas de violação. Além disso, o estudo também divulgou, que enquanto em 2015 uma a cada 109 transações no e-commerce era tentativa de fraude, em 2016 o número mudou para uma a cada 97.
Para Clóvis Souza, fundador da Giuliana Flores, maior floricultura do país, com grande presença online, o avanço de violações é preocupante e o investimento na atualização da base de informações é fundamental. “Ano após ano a quantia de fraudes virtuais aumentam. Para os varejistas que atuam no mercado online, é de extrema importância possuir um banco de dados sempre atualizado. Dessa forma é mais fácil atuar e impedir que os golpes ocorram, mitigando os riscos.”
O risco pode ser mitigado com ações de segurança
De acordo com a “Ascending the Ranks: The Brazilian Cybercriminal”, pesquisa feita pela TrendMicro, o Brasil é o quinto colocado no ranking mundial em relação à quantia de golpes e fraudes, sejam eles físicos, como clonagem de cartões, sejam virtuais, quando o criminoso assume o controle dos dados de um ou mais usuários e consegue acessar a conta por meios digitais.
Sendo assim, ao investir em uma loja online, o empreendedor deve buscar soluções que o auxiliem no processo de compra e de confirmação. Para Luan Gabellini, cofundador da Betalabs, companhia especialista em sistemas de gestão e plataformas de e-commerce, as ações antifraude devem ser tomadas desde a escolha da plataforma da loja virtual. “O tratamento de violações deve ser estruturado de acordo com o perfil de risco de cada negócio. Existem mercados com maior incidência do que outros. Ferramentas com um workflow flexível permitem a criação de dinâmicas específicas. É possível, por exemplo, definir que apenas pedidos de uma determinada categoria, valor ou forma de pagamento aguardem análise, seja ela interna seja externa. Possuir uma estratégia assertiva nesse aspecto garante que não ocorram gastos desnecessários.”
Ter um banco de dados cadastrais completo e atualizado é essencial para prevenir tentativas de golpes no varejo. “Para diminuir os riscos, existem algumas ferramentas que oferecem formas ativas de confirmação para transações online, que permitem ao lojista a comprovação de dados variados e pessoais os quais o fraudador não terá sobre a vítima. Alguns exemplos são: telefone, idade, nome de parentes, endereço e signo”, explica Rafael Albuquerque, diretor Comercial da Unitfour, empresa fornecedora de banco de dados.
“Com o envio dos dados do cliente, é essencial que o varejista verifique se o cartão possui o saldo necessário para processar a compra. Após a pré-reserva do valor, a loja virtual deve rotear a transação por meio de seu gateway de pagamento para o sistema integrado de análise de fraude, para a liquidação da operação para sua captura ou cancelamento. Em seguida, o comerciante é notificado sobre a finalização do processo”, afirma João Barcellos, CEO da MundiPagg, empresa que atua com soluções de pagamento online e é responsável por mais de 40% das transações do varejo online nacional. O executivo também ressalta que essas etapas devem ocorrer de forma transparente para o consumidor, pois caso exista suspeita de golpe, o valor reservado deve ser devolvido, garantindo que a operação fraudulenta não apareça na fatura do comprador.
Fonte: Exame