Os Correios anunciaram oficialmente o fim do e-Sedex, categoria de entrega expressa com valores acessíveis, voltada exclusivamente às empresas de comércio eletrônico e utilizada com muita frequência por pequenos e médios empresários do setor. Com o fim da modalidade, a tendência é que os fretes em lojas online fiquem mais caros, principalmente para negócios pequenos e médios, que não possuem contratos com outras transportadoras devido ao baixo volume de vendas, afirmam especialistas.
“O término [ do E-Sedex ] é uma notícia muito ruim, pois ocasionará no aumento de preços imediato no frete e da redução de qualidade do serviço”, afirma Maurício Salvador, presidente da Associação Brasileira do Comércio Eletrônico (ABComm). “Segundo nossas estimativas, o montante do frete representa em média 12% do total a ser pago por um produto adquirido via web. Quanto menor é a loja virtual, maior a cifra da entrega, pois os pequenos empreendedores não possuem volume para negociar com as transportadoras”, complementa. De acordo com ele, é inevitável que a diferença no custo não seja repassada ao consumidor final
De acordo com Willians Marques, diretor-geral da Tray, unidade de e-commerce da Locaweb, a tendência é que o frete fique até 30% mais alto. “O e-Sedex sempre foi de grande valia para os pequenos e-commerces, que devido ao baixo volume de pedidos não conseguem negociar contratos vantajosos com as transportadoras privadas. Agora, caso ainda optem pelos serviços da estatal, terão que utilizar o Sedex tradicional sem desconto.”
Também concorda com os impactos Bruno Gianelli, sócio-diretor da Betalabs, empresa especializada em sistemas de gestão e plataformas de e-commerce. De acordo com ele, a medida prejudica o comércio virtual. “É um grande impacto no setor, pois o e-Sedex era a principal alternativa para a entrega rápida de encomendas. Alguns e-commerces já estavam preparados e conseguiram se programar com antecedência, buscando alternativas”, afirma. “Porém, os pequenos e médios empreendedores não puderam fazer o mesmo. Com isso, é provável que o valor referente ao frete fique mais caro quando a entrega solicitada for de forma expressa, como o Sedex”, relata.
Existem alternativas
Para Carlos Alves, diretor da área de marketplace do Magazine Luiza e vice-presidente da Associação Brasileira de Lojistas de e-Commerce (ABLEC), o encerramento pode representar uma melhoria na logística das lojas virtuais. “O término do e-Sedex pode desestabilizar negócios menores por algum período. Porém, existem boas alternativas. Atualmente, os consumidores estão dispostos a arcar com um custo um pouco mais alto do que o habitual em troca de uma entrega expressa, que ocorre no mesmo dia ou em um dia. Os e-commerces vão precisar reestruturar sua parte operacional e avaliar as melhores opções. Existem serviços de terceirização no qual é assumida toda a logística da empresa, como coleta, embalo e envio e também diversas opções de transportadoras que efetuam um trabalho de qualidade e com preços cada vez mais competitivos.”
Fonte: E-commerce News