Em meio a períodos de incertezas e instabilidades, o Brasil deverá se recuperar gradualmente em 2017. Seguindo a tendência de melhora de indicadores como o PIB, produção industrial e controle da inflação, o consumo também deverá apresentar números positivos, sem, no entanto, superar patamares da bonança econômica. Após cair 7,4% em volume em 2015, as compras dos lares brasileiros cresceram 2,6% em 2016, mesmo patamar de 2012. Para 2017, o aumento deve ficar na casa de 1,7%, o que é algo positivo, ainda que fique longe dos 4,2% registrados em 2014.
Principais números
+1,7% previsão do aumento do consumo em volume
+5% previsão do aumento do consumo no varejo tradicional
Sucesso durante os momentos mais agudos da crise, o atacarejo seguirá se destacando entre os canais de compra, com crescimento estimado em até 17,3% em volume. O varejo tradicional, que chegou a cair 5,8% em volume em 2015, deverá ter aumento de 5% em 2017, superando os 4,6% do ano passado.
A cesta de limpeza é o item que vai apresentar o melhor desempenho neste ano. Em 2016, avançou principalmente por meio de produtos básicos e embalagens maiores, com capacidade de atender por mais tempo as necessidades do consumidor.
Os lares com menos pessoas devem se recuperar primeiramente, graças à renda per capita mais elevada. Lares com 1 a 2 pessoas tiveram renda média mensal de R$ 1.799 em 2016, (+3,3% em relação ao 2015), enquanto que os compostos por 3 a 4 indivíduos e 5 ou mais, respectivamente, registraram renda de R$ 908 (- 2,3%) e R$ 717 (+2%). Os lares com donas de casa acima de 50 anos terão baixo crescimento em 2017, porém existem grandes oportunidades de explorar esse público, que possui maior renda crescente.
Entre os produtos que devem ganhar força e garantir a presença nos carrinhos de compra estão o desodorante aerosol, grande impulsionador da categoria, com previsão de alta de 13,2% em volume neste ano. Entre as bebidas, a cerveja cresce 7,2% em volume, com destaque para as embalagens de até 300 ml. Em queda, o consumo dos refrigerantes pode amenizar a situação – declínio de 7,2% em volume para este ano – explorando as embalagens menores, como as latas de 350 ml. Os iogurtes, que se tornaram símbolo de um momento positivo da economia, agora fazem parte do rol de produtos que os lares racionalizaram a compra. Chegaram a crescer 19,7% em volume em 2012, mas neste ano espera-se declínio de 3,9%.
Fonte: Kantar