Autonomia e liberdade, duas palavras que guiam a mulher brasileira nos dias de hoje. A mulher contemporânea, que antes era totalmente voltada para o ambiente doméstico, é, hoje, vista pela sociedade como indivíduo “multitarefas”. Ou seja, a mulher moderna, ao mesmo tempo que exerce funções domiciliares, também pode se dedicar ao seu lazer, a suas conquistas profissionais, tarefas pessoais, maternidade e, ainda, gerenciar sua própria conta financeira.
Portanto, vivemos em uma era em que a emancipação da mulher se tornou um fator que, cada vez mais, contribui para as mudanças de hábito e comportamento da figura feminina na sociedade. Afinal, se encontra mais livre para fazer qualquer escolha, seja relacionada à vida social, política, econômica ou, até mesmo, de consumo.
Com o seu poder de escolha cada vez mais acentuado, a mulher contemporânea se torna o target de diversas marcas, pois ela é uma consumidora assídua de diversos produtos e serviços durante todas as fases de sua vida. Por exemplo, a mãe, com seu poder de decisão, pode influenciar no destino da viagem de férias de sua família, assim como ela pode escolher qual o alimento que o seu filho irá consumir, em qual escola ele deverá ingressar, qual o carro ela irá comprar, ou qual a casa, ou o apartamento, atende a sua necessidade física, financeira e, até, familiar. Enfim, a mulher contemporânea demonstra forte participação no ambiente mercadológico.
Sendo assim, como podemos definir o perfil dessa mulher no mercado?
De acordo com uma pesquisa da Nielsen, realizada em 2016, sobre o comportamento de consumo da mulher brasileira, existem três perfis potenciais:
1. A DESPOJADA — Representa 16,7% da população feminina. Os seus gastos com produtos de teor alcoólico são 82% acima da média das mulheres com uma frequência 60% maior.
São mulheres que estão entre 36 e 55 anos e estão, em maioria, na região metropolitana do Rio de Janeiro e, também, no Centro-Oeste.
Preferem ir às compras em supermercados ou atacados, durante os finais de semana.
Em relação à bebida alcoólica, a cerveja é o produto de maior penetração, seguida do vinho (mulheres aumentaram o preço unitário do produto em 12%, enquanto os homens aumentaram em 9%).
Uma grande oportunidade para esse público é a oferta de cervejas premium, afinal, elas associam luxo, ocasião especial e modernidade a essa categoria.
2. A PRÁTICA — Representa 56,4% da população feminina e gasta, com produtos de Mercearia de rápido consumo (salgadinhos e refrigerantes de lata, por exemplo), 23% acima da média das mulheres, , com uma frequência 21% maior. A faixa etária dessas mulheres está entre 13 e 18 anos. E estão, em sua maioria, na região metropolitana do Rio de Janeiro, no Sul do Brasil e no interior de São Paulo.
Essas mulheres costumam comprar mais no meio da semana e, de preferência, em supermercados.
No grupo de “Compras de Mercearia” elas se destacam em relação aos homens quando o assunto é chocolate. Elas consomem embalagens maiores do que consomem os homens e, 16% dessas mulheres, comem chocolates todos os dias em suas casas. Além disso, elas são as principais responsáveis pela compra do produto para outros membros da família.
3. A VAIDOSA — Representa 36,4% da população feminina e gasta, com produtos de Cuidado Pessoal, 48% acima da média das mulheres, com uma frequência 17% maior.
São mulheres que estão entre 19 e 35 anos e, em sua maioria, na região do Nordeste do país mas, também, no Leste e Grande São Paulo.
Essas mulheres costumam comprar mais no meio da semana e, de preferência, nos canais “porta a porta”, perfumaria e farmácia.
Elas também podem ser influenciadas por promoções bem efetuadas, como, por exemplo, levar um kit que contém um shampoo maior com um condicionador menor (ao invés de comprar um shampoo e um condicionador do mesmo tamanho). Pois, neste caso, acredita-se que o shampoo acaba mais rápido, então, elas conseguem perceber o custo benefício desse tipo de kit.
Ao final da pesquisa, o que podemos perceber é que cada mulher possui um comportamento único, mas todas estão sempre em constante mudança, principalmente por hoje saberem do valor de seu poder e quererem cada vez mais ir em busca de suas conquistas, sejam elas emocionais, físicas ou econômicas.
É importante entender, também, o interesse da mulher por informação. Se você quer chegar até ela, deverá nutri-la de conteúdo relevante. Como diz a terapeuta Marina Vasconcellos (2011) em um artigo para o IG, “tudo o que a mulher precisa saber ela digita no Google e encontra. Você tem muito apoio, muita informação para ajudar”. Ou seja, a mulher visualiza a internet como um meio de busca de informação e conforto.
Além de ser uma ferramenta de busca, para as mulheres a internet também é utilizada como um meio para compartilhar a experiência com a compra. Segundo uma pesquisa do Ibope (2015), que o utilizou a ferramenta Target Group Index para esse estudo, 10% do público feminino comenta as suas últimas aquisições na internet e faz a avaliação dos produtos. Entre as categorias que recebem mais comentários estão as de telefones celulares, roupas, vida saudável e alimentação.
Entendemos que a mulher é uma consumidora forte e ativa, mas, afinal, o que está diferindo o seu comportamento mercadológico comparado ao dos homens?
Uma pesquisa sobre o consumidor brasileiro realizada recentemente pela Nielsen, diz:
“Quando o assunto é economizar, as mulheres poupam mais que os homens em atividades como gastos com gás e eletricidade (70% vs. 57%), compras de roupas novas (65% vs. 46%), entretenimento fora de casa (65% vs. 57%) e troca de marcas de produtos de mercearia com melhor custo benefício (53% vs.35%). Depois que cobrem seus gastos essenciais, o que fazem com o dinheiro excedente? Elas investem em itens para melhorias do lar e roupas novas, enquanto eles compram novos produtos tecnológicos e pagam suas dívidas.”
Para que a marca tenha maior aproximação com esse target, é necessário que a mesma entenda os seus diversos perfis e acompanhe o comportamento deles ao longo dos anos, pois perfis e interesses estão em constante mudança.
Hoje, a mulher representa 71% da cadeia de consumo do mundo, enquanto, os homens, representam 63% (Ibope, 2016). Portanto, se o seu público-alvo é a mulher — e você sabe como e aonde se comunicar com ela, você está no caminho certo para o sucesso!
Fonte: Beta Culture