Quando tinha somente 15 anos, o mineiro Tomás Duarte abriu seu primeiro negócio. Alugava equipamentos para eventos. Aos 20, investiu na segunda empresa, uma agência de marketing digital para pequenos negócios. Com 25, atendia mais de 120 clientes nas duas empresas. Mas estava cansado de trabalhar com produtos sob demanda. “Queria criar algo útil a todo tipo de negócio.” Em 2012, deixou as companhias para investir na Tracksale, uma startup voltada para a experiência do consumidor. Foi um sucesso. Em cinco anos, adquiriu clientes como Via Varejo e Electrolux. No ano passado, faturou R$ 2,5 milhões.
O jovem conta que além do crescimento das startups no país, outro fator o motivou a investir no negócio: sua família. Tomás Duarte é filho de professora universitária especializada em tecnologia e de pai técnico por mais de 40 anos da IBM. “Nasci neste meio e isso se tornou um gatilho para empreender na área”, diz.
Como sua mãe foi realizar pesquisas acadêmicas nos Estados Unidos, teve a oportunidade de viver um ano no Vale do Silício, maior polo tecnológico do mundo.
Foi lá que teve contato com a técnica Net Promoter Score (NPS), conhecida no mercado por analisar o grau de satisfação dos clientes por meio de dados. “As empresas nos Estados Unidos pensam e tratam os consumidores de maneira diferente. Olhei para o país e achei que esse produto seria útil para as nossas companhias”, afirma. Em 2012 começou a validar o modelo de negócio da Tracksale, uma startup especializada em aprimorar a experiência dos clientes com base nos dados de pesquisas e relatórios de satisfação.
Duarte diz que um dos diferenciais do negócio foi colocar o MVP (produto viável mínimo) no ar o quanto antes. Assim que a primeira versão estava disponível, inscreveram a empresa em um prêmio de startups da IBM. A Tracksale venceu a premiação de startup do público e o destaque a colocou em contato com seu primeiro grande cliente, a Electrolux.
De lá para cá a empresa cresceu e se tornou uma das maiores referências no país no uso do NPS. Ao longo dos cinco anos de história, a empresa já prestou serviços para mais de mil marcas. Atualmente, a Tracksale conta com 150 clientes ativos. Entre eles estão nomes como o Grupo ViaVarejo, Allianz Seguradora, Totvs, Gol Linhas Aéreas e Grupo Amil.
Duarte afirma que a empresa atua em diferentes níveis, como coleta de opinião do cliente, relatório de satisfação e avaliação em tempo real. “Ao final do atendimento, o cliente responde uma pesquisa sobre a experiência da empresa que prestou o serviço. Isso gera diagnósticos que fazem toda a diferença”, diz. Um exemplo prático é da Brastemp, cita Duarte, que remunera os seus funcionários de acordo com as notas do NPS.
A Tracksale conta com planos mensais com tickets-médios que vão de R$ 1 mil, para pequenas e médias empresas, a R$ 6 mil, para as grandes companhias. A startup também gera receita com a formatação do modelo em clientes que nunca tinham trabalhado com pesquisas de satisfação. Esse projeto, chamado de setup, pode custar entre R$ 10 mil e R$ 50 mil. Além disso, a empresa também fatura com cursos e eventos – que chegam a representar até 20% da receita. Em 2016, a empresa atingiu os R$ 2,5 milhões de faturamento e a meta é chegar aos R$ 5,5 em 2017.
Fonte: PEGN