A nova loja conceito da Zara em sua cidade natal ilustra parte da estratégia da varejista de moda para ficar à frente de suas rivais: concentrar-se em unidades maiores e expandir seu comércio eletrônico.
Com cinco andares, a nova loja abriu em setembro e substituiu quatro pequenos pontos de venda da rede espalhados na cidade. A unidade serve como modelo para outras lojas conceito que o grupo está abrindo em todo o mundo.
As mudanças na Zara vêm no momento em que varejistas tradicionais lutam para acompanhar as rápidas mudanças nos hábitos de compra dos consumidores, que evitam cada vez mais as lojas físicas em favor das compras on-line.
Diante disso, a Neiman Marcus Group anunciou, esta semana, a decisão de começar negociações para vender a empresa à sua controladora Saks Fifth Avenue.
A Inditex, dona da Zara e maior varejista de moda no mundo em vendas, não informou quantas dessas megalojas pretende abrir.
O grupo busca ter uma “integração completa de lojas físicas e comércio eletrônico, com abertura de lojas cada vez mais relevantes”, disse ontem Pablo Isla, presidente-executivo da Inditex.
Apesar de um ano difícil para varejistas, a Inditex viu seu lucro líquido saltar 10% no ano passado, enquanto as vendas atingiram um recorde de € 23,3 bilhões. O impulso continuou neste ano, com crescimento de 13% nas vendas on-line e em lojas físicas em moeda constante, nas últimas seis semanas.
As vendas nas lojas da Inditex abertas há pelo menos um ano aumentaram 8% nas primeiras seis semanas deste ano fiscal, segundo cálculos da analista Anne Critchlow, da Société Générale. Sua principal rival, a sueca H&M, informou que as vendas em mesmas lojas caíram 1% em fevereiro.
Durante anos, a H&M e a Inditex correram o mundo abrindo lojas. Mas, em 2016, a Inditex começou a desacelerar sua expansão. A H&M, ao contrário, manteve o ritmo, mas o esforço não compensou e a rede mudou os planos em janeiro, após relatar queda no lucro de 2016.
A Inditex informou que planeja abrir entre 450 e 500 lojas em 2017, enquanto absorve de 150 a 200 lojas menores. Em 2016, abriu 279 lojas, chegando a 7,3 mil unidades. Analistas dizem que a nova estratégia deixa espaço para a expansão do comércio eletrônico, sem canibalizar as lojas físicas. Ao fechar pontos menores e se concentrar nas megalojas, os clientes que não estão próximos dessas unidades podem comprar on-line.
Fonte: Valor Econômico