O canadense Jason Archer é vice-presidente para mercados emergentes da americana Under Armour, a mais jovem entre as cinco maiores marcas de artigos esportivos do mundo, e a que mais cresce — em média, 30% ao ano.
Numa visita recente ao Brasil para acompanhar a Olimpíada e o desempenho de alguns dos atletas que patrocina — entre eles o mais ilustre é o nadador Michael Phelps —, Archer falou a EXAME.
Jason Archer: “Ganhamos visibilidade com Simone Biles, a maior ginasta desta Olimpíada”
Exame – A Under Armour patrocina 90 atletas olímpicos, como o nadador Michael Phelps, mas não foi patrocinadora oficial da Olimpíada. Como mostrou sua marca nos Jogos?
Archer – Em março, divulgamos na internet um vídeo sobre os treinos de Phelps que, passados cinco meses, já teve quase 11 milhões de visualizações. É o segundo de esporte mais visto no ano (o primeiro é a campanha paralímpica “We’re Superhumans”, do canal de TV britânico Channel 4). O atleta também usou o tênis que fizemos para ele na área da piscina, antes das provas.
Exame – Phelps disse antes da Olimpíada que nunca havia usado tênis da Nike. Essas declarações fazem parte da estratégia de marketing da Under Armour?
Archer – Phelps nasceu em Baltimore, onde a Under Armour foi fundada. Nos Estados Unidos somos a segunda maior marca de artigos esportivos; e a quinta no mundo. Trabalhamos para ter cada vez mais atletas como Phelps em todo o mundo.
Exame – O tenista Andy Murray, também patrocinado pela Under Armour, usou outras marcas em jogos da Olimpíada. Como a empresa lidou com isso?
Archer – Murray usou produtos da marca que apoiou a federação de tênis da Grã-Bretanha. Por outro lado, apoiamos sete federações, que reuniram 225 atletas, como a de ginástica olímpica dos Estados Unidos. Ou seja, ganhamos visibilidade com Simone Biles, a ginasta número 1 desta Olimpíada. Além dos jogadores brasileiros do vôlei de praia que patrocinamos: Larissa França, Talita Antunes e Bruno Schmidt.
Exame – Por que a Under Armour patrocinou academias a céu aberto nas praias do Rio de Janeiro?
Archer – É uma forma de fazer nossa marca aparecer num ambiente em que as pessoas praticam exercícios.
Exame – A empresa investiu 710 milhões de dólares na aquisição de três startups de tecnologia de 2013 a 2015 e foi criticada por analistas. Como o senhor avalia essa decisão hoje?
Archer – As aquisições fortaleceram a divisão de negócios que chamamos de “ginástica conectada”. Nela, aplicativos rastreiam o comportamento de 175 milhões de consumidores e, com esses dados, definimos estratégias comerciais.
Exame – A Under Armour começou no Brasil em 2013 com o objetivo de estar entre as principais marcas de artigos esportivos no país até 2020. A crise fez a empresa repensar a meta?
Archer – A recessão mudou um pouco nosso ritmo e desaceleramos. Mas é só uma questão de calibrar a velocidade quando o consumo voltar a crescer.
Exame – Pretende patrocinar outro time brasileiro além do São Paulo Futebol Clube?
Archer – Nosso norte é sempre o desempenho dos atletas. Por isso, damos muita atenção a corrida e musculação. No Brasil, é claro, nos preocupamos também com o futebol. Mas estamos de olho em outras categorias.