A Sonae Sierra Brasil, incorporadora, proprietária e administradora de shopping centers, está atenta a movimentos de consolidação no setor no Brasil, em busca de oportunidades de aquisição de ativos, particularmente nas principais cidades do país.
“Estamos atentos a isso sem dúvida. Achamos que vai haver algum movimento de consolidação, portanto, nos ativos que condizem com o nosso perfil estratégico, nós estamos sempre procurando oportunidades” disse o presidente da empresa, José Baeta Tomás, em entrevista à Reuters nesta quinta-feira.
De acordo com o executivo, os empreendimentos no radar do grupo de origem portuguesa são os de médio a grande portes, sobretudo localizados nas grandes capitais, com a região Sudeste ainda sendo a preferida. Tomás ponderou que não há nada de concreto, “mas obviamente que quem estuda isso ao longo do tempo tem sempre targets (alvos)”.
O portfólio atual da companhia tem 10 shopping centers, nas cidades de São Paulo (SP), Goiânia (GO), Manaus (AM), Uberlândia (MG), Campinas (SP), São Bernardo do Campo (SP), Franca (SP) e Londrina (PR). Neste total, a Sonae Sierra Brasil é proprietária de nove shoppings em operação e administra mais um de terceiros.
Do lado de desinvestimentos, Tomás disse que não há perspectiva de novas alienações dentro do portfólio da empresa.
A companhia vendeu no começo do ano uma subsidiária detentora do Boavista Shopping, na cidade de São Paulo, em uma operação que definiu preço de 56 milhões de reais para o empreendimento. De acordo com o executivo, foi a terceira venda desde 2010.
Tomás disse que é a visão otimista sobre o Brasil no longo prazo que leva a empresa a continuar procurando oportunidades de aquisições.
No curto prazo, ele vislumbra uma melhora para o setor, embora não acredite em uma recuperação significativa e rápida, dado o ambiente macroeconômico ainda recessivo.
Ele afirmou que a taxa de ocupação dos shopping centers da Sonae Sierra no Brasil considerados maduros foi de 98,1 por cento no final do segundo trimestre ante nível histórico de 99 por cento, e que já observa desde junho uma pequena recuperação na procura de espaços.
“Esperamos que a taxa de ocupação siga melhorando de pouco em pouco até o fim do ano.”
A Sonae Sierra Brasil, que tem como acionistas controladores a portuguesa Sonae Sierra e o investidor alemão Alexander Otto, encerrou o segundo trimestre com crescimento anual de receita líquida de 2,9 por cento, para 82,3 milhões de reais. As vendas nas mesmas lojas caíram 1,7 por cento.
Os números do segundo trimestre ainda mostraram que o aluguel nas mesmas lojas apresentou crescimento de 4,4 por cento ante o mesmo período do ano anterior, em linha com o comportamento do IPCA no período, indicador usado como referência para reajustes de aluguéis do grupo.