Marketplace: grande plataforma de e-commerce que hospeda produtos de pequenos e médios varejistas, assumindo as operações de venda e cobrança, por uma comissão que varia de 10% a 16%. Essa é uma ferramenta que está alavancando os negócios online, principalmente de micro e pequenos vendedores. Isso porque esses lojistas, que têm poucos acessos em suas páginas, passam a ter uma visibilidade diária de milhões de consumidores em um marketplace.
Segundo o gerente comercial de Marketplace da Cnova – companhia de comércio eletrônico -, Alexei Pfeiffer Pimenta, o grande benefício desse modelo de negócios é o aumento exponencial das vendas, sobretudo para micro, pequenas e médias empresas. “O lojista passa a ter acesso direto à base de prospects da plataforma à qual se associa. No nosso caso, são 6,5 milhões de visitas diárias em sites de marcas, como Extra e Casas Bahia”, disse Pimenta.
A Cnova tem 210 lojistas de Minas Gerais cadastrados dos quais 16 são de Uberlândia. Entre eles, está a DBR Parts. A empresa aderiu ao marketplace em 2013, dois anos após o fechamento da loja física. “Apesar de repassar 16% do valor das vendas, é compensador, porque uma operação física consumiria em torno de 20%, com restrições de horário e ponto. No marketplace, consigo vender 24h por dia, para todo Brasil”, afirmou o empresário Amauri Pereira Xavier.
De acordo com ele, depois do ingresso na plataforma, o faturamento da empresa aumentou quatro vezes, enquanto os custos operacionais caíram cerca de 50%. “A venda e a cobrança é feita pelo marketplace, que divide o pagamento em 12 vezes e me paga o valor total das compras semanalmente, com taxas de cartão embutidas na comissão. Meus custos operacionais se resumem à entrega e pós-venda”, disse Xavier.
O marketplace é responsável por cerca de 25% do faturamento da Multivisi, que aderiu ao modelo de negócio há um ano e meio. “Chegamos a vender R$ 80 mil por mês dentro de um único site”, disse o analista de e-commerce da empresa, Camilo Alves Nascimento.
Para o especialista, a oportunidade oferece facilidades, mas também exige adequações. “O empresário que busca volume de vendas tem que se estruturar para atender a demanda”, afirmou Nascimento.
Sócio do Centermobile, Renato Pereira da Silva Júnior hospedou os primeiros produtos no Mercado Livre em 2010, um ano depois de migrar para o e-commerce. “Nosso faturamento aumentou 160% depois que ingressamos no marketplace. Mas o retorno não foi imediato. Tivemos que fazer uma série de investimentos para nos adequarmos às exigências do ambiente, que cobra alto nível de excelência, qualidade de atendimento e entrega no prazo certo.”
Adequações
O empresário Amauri Pereira Xavier estima em R$ 50 mil o investimento que fez em adequações no negócio para ingressar na plataforma de marketplace. “As exigências vão de questões burocráticas, como registro de marca e cadastramento no E-bit, até convênios com Correios e Reclame Aqui, produção de fotos para atualização do site e marketing digital. Tudo isso, a empresa exige para a qualidade da marca na venda, já que passa a oferecer os produtos como se fossem seus”, disse Xavier.
A contrapartida que as companhias de marketplace exigem, para garantia de segurança na relação com as empresas hospedadas, acaba levando o pequeno e médio lojista a se profissionalizar. “No trâmite de compra, o cliente muitas vezes acaba se direcionando para o site da fabricante e temos que estar preparados para recebê-lo, o que impulsiona a empresa. Para mim, a grande vantagem do marketplace, mais do que o aumento de vendas, é a exposição. Porque, de um canal de vendas, a hospedagem em grandes sites serve como um canal de marketing intermediário”, disse o analista de e-commerce Camilo Nascimento.
Desafios
O principal desafio de empresários que investem em plataformas de marketplace é fazer gestão de estoque, já que a demanda é potencializada quando os produtos passam a ser oferecidos em grandes sites. “Se o empreendedor quer vender mais, tem que ter estoque maior”, afirmou o empresário Renato Pereira da Silva Júnior.
O analista de e-commerce Camilo Alves Nascimento destaca ainda o desafio da precificação. “Tem que levar em conta a comissão do marketplace, além das taxas de cartão de crédito”, afirma. Pós-venda é igualmente importante. “Se não existir uma estrutura para relacionamento com cliente, a empresa não se mantém na plataforma”, disse o analista.
Fonte: Correio de Uberlândia
http://www.correiodeuberlandia.com.br/cidade-e-regiao/grandes-plataformas-online-elevam-vendas-de-pequenos-varejistas/